12.2.09

Aqui vão duas poesias antigas da época que dava os primeiros ensaios como um diletante poeta. Ainda há muito a percorrer, mas somos movidos sempre pelo verbo acreditar.



Pronome


Eu sou pronome pessoal
e não quero ser oblíquo contigo.
Porque aquele demonstra que é mau,
sendo muito indefinido.

Você também o tratou bem.
De modo interrogativo
olhou para mim, altivo,
falando: — Quem?

Sua indecisão
foi porque não ligara o nome à pessoa.
Bastava-lhe uma relação
que o trouxesse uma memória boa.

Ele me substituiu
e lhe usou como objeto.
O nosso nome possuiu
como um pronome desonesto!




Rainha do jardim

Fui ao jardim
buscar uma linda flor.
Queria encontrar uma para mim
e cultivar com amor.

Vi uma Camélia
olhando-me a todo momento.
Mas logo ficou séria,
quando soube que sou ciumento.

Depois veio a Margarida
com um maravilhoso sorriso.
Porém a achei meio oferecida,
tornei-me apenas o seu amigo.

Então, passei pela casa de Magnólia.
Contudo, sua família não “foi com a minha cara”
e destruiu o que seria a glória.

Foi aí que chegou a hora de ir embora.
Uma flor acenou para mim; formosa,
era a rainha do jardim: a Rosa.

7 comentários:

Valdeir Almeida disse...

Rômulo, parabéns pelos poemas, sobretudo o primeiro em que você conseguiu a transformar pronomes em poesia.

Abraços!!!

Marina disse...

Adorei essa brincadeira com os pronomes!

Obrigada pela visita, Rômulo! Voltarei por aqui mais vezes. :)

Beijos

Anitha disse...

Belas linhas...como sempre!

Ariane Rodrigues disse...

Olá! Cheguei até aqui por causa da entrevista ao Fio de Ariadne.

Gostei deveras dos primeiros versos que li nesse post. Os poemas têm um certo tom irônico mas ao mesmo tempo possuem uma ternura indescritível.

Abraço!

Cristiane Marino disse...

Olá Rômulo!!

Parabéns pelo belíssimo blog. Acabo de conhecer seu trabalho e um pouco de sua história no blog da Vanessa, e confesso que fiquei encantada com suas palavras.
Gostaria muito de receber sua visita, será um grande prazer!
Beijos

Vanessa Anacleto disse...

Lindos poemas! Adorei o final da Rosa.

Bom, este é um comentário de contagem regressiva para a coletiva O livro da Minha Vida. Espero vc amanhã.

Abraço!

Unknown disse...

Olá Rômulo
Belo artigo, parabéns pelo blog.
Uma ótima participação na blogagem coletiva

Uma ótima tarde