“As coisas estão longe de ser todas tão tangíveis e dizíveis quanto se nos pretenderia fazer crer; a maior parte dos acontecimentos é inexprimível e ocorre num espaço em que nenhuma palavra nunca pisou.”
Ainda lembro daquele ano . Estava quase terminando a faculdade de literatura e, ao mesmo tempo, decepcionado com as descobertas que fiz. Comecei a entender a responsabilidade de ter personalidade no mundo. Parecia que afundaria junto com aquelas pessoas irreconhecíveis de outrora, mas o apoio de verdadeiros amigos, como a Perses, foi o necessário para recobrar a consciência do que seria a vida.
Assim, recebia em minhas mãos o “Cartas a um jovem poeta”, de Rainer Maria Rilke e não sabia o poder de um livro. Na verdade, aprendi muita coisa naquele ano de 2005. Havia desistido de acreditar em falsas promessas e pessoas insensíveis. Talvez essa seja a maior mudança proporcionada pela leitura do diálogo entre o autor e o seu pupilo Kappus.
Essa obra tem o encanto da sensibilidade com a força de extrair o que há de melhor em nós. A cada página, sentia o quanto somos brutalizados pelos ambientes sociais em que vivemos. Aprendi a olhar o mundo com os olhos de dentro. Aqueles que não são passíveis de compreensão.
Era uma pessoa arrogante, creio eu, e que não sabia medir as palavras a serem ditas. O gatilho entre o que pensava e falava era mais curto do que o atual. As minhas críticas talvez fossem menos infundadas e ouvidas também pelo mesmo motivo. No entanto, fui tomado pelos simples conselhos ao jovem poeta.
Começava a entender o significado de muitas palavras como “humildade”, enquanto sentia a necessidade de ressignificar outras como “amor”. Vivia, antes, sem saber a importância da brutalidade desse mundo. Mas ler aquelas páginas era investigar minuciosamente a minha alma.
Rilke ultrapassa o seu tempo. O escritor parece mais próximo do que a distância real nos mostra. E, quando li o trecho colocado no início desse texto, percebia coisas mais essenciais do que o formato textual da carta. Em outras palavras, entendi a nossa insignificância diante do grande universo significante da vida. Vivemos além do que dizemos ou escrevemos, embora as palavras escondam mistérios nunca antes conhecidos.
Ainda lembro daquele ano . Estava quase terminando a faculdade de literatura e, ao mesmo tempo, decepcionado com as descobertas que fiz. Comecei a entender a responsabilidade de ter personalidade no mundo. Parecia que afundaria junto com aquelas pessoas irreconhecíveis de outrora, mas o apoio de verdadeiros amigos, como a Perses, foi o necessário para recobrar a consciência do que seria a vida.
Assim, recebia em minhas mãos o “Cartas a um jovem poeta”, de Rainer Maria Rilke e não sabia o poder de um livro. Na verdade, aprendi muita coisa naquele ano de 2005. Havia desistido de acreditar em falsas promessas e pessoas insensíveis. Talvez essa seja a maior mudança proporcionada pela leitura do diálogo entre o autor e o seu pupilo Kappus.
Essa obra tem o encanto da sensibilidade com a força de extrair o que há de melhor em nós. A cada página, sentia o quanto somos brutalizados pelos ambientes sociais em que vivemos. Aprendi a olhar o mundo com os olhos de dentro. Aqueles que não são passíveis de compreensão.
Era uma pessoa arrogante, creio eu, e que não sabia medir as palavras a serem ditas. O gatilho entre o que pensava e falava era mais curto do que o atual. As minhas críticas talvez fossem menos infundadas e ouvidas também pelo mesmo motivo. No entanto, fui tomado pelos simples conselhos ao jovem poeta.
Começava a entender o significado de muitas palavras como “humildade”, enquanto sentia a necessidade de ressignificar outras como “amor”. Vivia, antes, sem saber a importância da brutalidade desse mundo. Mas ler aquelas páginas era investigar minuciosamente a minha alma.
Rilke ultrapassa o seu tempo. O escritor parece mais próximo do que a distância real nos mostra. E, quando li o trecho colocado no início desse texto, percebia coisas mais essenciais do que o formato textual da carta. Em outras palavras, entendi a nossa insignificância diante do grande universo significante da vida. Vivemos além do que dizemos ou escrevemos, embora as palavras escondam mistérios nunca antes conhecidos.
7 comentários:
Opa, já ouvi muito falar neste livro mas ainda não li. E qdo um livro tem este poder que vc descreveu , vale a pena lê-lo inúmeras vezes.
Obrigada pela participação na coletiva. Tá bom demais!
Esta blogagem está sendo maravilhosa e nos dará a chance de conhecer bons livros. Depois de tudo que li aqui, ficou a boa curiosidade.
Obrigada e parabéns pela bela participação!
Rômulo, muito curioso a escolha do seu livro. Eu nao o conheco.
Gostaria que vc pudesse fazer uma resenha para um blog que tenho sobre livro. Dá uma olhadinha no link e se gostar de lá me confirma que te envio a entrevista.
http://www.elasestaolendo.blogspot.com/
Um abraco
Que belo depoimento esse seu! E seu livro é realmente muito bom. Um aprendizado!
Abraço
Nossa eu já ouvi falar tanto sobre esse livro e ainda não li e agora estou mais que convencida que devo lê-lo.
Um grande abraço
Cris
Cartas a um jovem...bem, a Falha de Saõ Paulo lançou uma coletânea usando o mote...Elegias de um Duíno, pra mim é um dos melhores livros que já li.
Este sim deveria ser pra um jovem, um velho, qualquer idade de poeta, qqer poeta...qqer alma
Rõmulo, voltei pra perguntar...faculdade de literatura?
Como é ?
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