5.4.12

Será mesmo realidade?

Há um tempo atrás, escrevi um texto sobre o Orkut e muita gente o definiu como um exagero por criticar as redes sociais. Eis que surge o Facebook. As minhas hipóteses tornaram-se realidade. Aliás, será de realidade mesmo de que estamos falando?
Chegamos à era da curtição. Seus “amigos” não dão um oi na rua, mas curtem tudo que você publica no “the wall”. As pessoas assanhadas te cutucam,como se estivesse em um ônibus lotado e a onda de solidariedade tomou conta de todos. Parece que o panorama antigo mudou. No entanto, efeitos positivos são pouco aproveitados.
A galera continua “vivendo” diante da tela do computador. E continuam as interpretações sobre o que fulano escreveu ou publicou. Hoje temos a possibilidade de criação de grupos de debate e podemos promover eventos de arte e cultura em qualquer lugar.
Ontem, era o tempo das caminhadas, dos encontros entre amigos, etc... Não que nada disso ainda aconteça, mas agora a foto tem que ir para o Facebook. O pessoal da informática se defenderá dizendo que sou catastrófico ou sensacionalista, mas quem diz isso não entende o cerne de minha discussão.
O cidadão moderno, já fragmentado, acostumou-se a viver de forma virtual. Afinal, tudo agora está no sistema. A sua faculdade, o seu trabalho, a sua identidade, o que você faz no dia a dia... Que coisa chata! É por isso que tenho poucas fotos no meu perfil, curto quem quero e ainda sou visto como um alienígena que ignora a “realidade”. 
Sou a favor dos sentidos e contra o monopólio de um único sentir. O computador treina muito bem a “visão cega” dos grandes defensores da difusão de um novo mundo. A vida, para mim, não pode ser resumida a uma caixa em que todo mundo acredita ter acesso ao “mundo” do outro. Seguir o perfil de alguém e achar que o conhece é uma das maiores falhas de nossa sociedade. Aliás, sempre bato na tecla de que o homem comum do século XXI é uma negação como ser social.