28.9.14

Canção à Anarquia, meu amor


                              Toda brasileira é anarquista por natureza

Meu amor é nada diante dela.
Singela, donzela, vive no país chamado Brasil
que não merece a dimensão que tem.
Seus limites não ultrapassam as linhas deste poema.

Feminista, solitária,
Trabalha todos os dias
e representa uma causa sofrida.

É ela mesma diante do império
das nádegas que se ergue
no território chamado Rio.

Não tem rosto, não tem forma,
porque forma opinião.
Seu coração não chora
diante das ruas de perdição.

Sabe que ser mulher é difícil,
mas esta musa é o meu vício
para a salvação.

Quero me salvar do machismo
em que as “negas” estão.
Afinal, virou moda falar de racismo
sem expor nenhuma razão.

Aliás, arrazoado é este país
que alimenta a emoção
como se fosse uma desregrada diretriz.

Anarquia é o nome
desta donzela inspiradora.
Ela alimenta a fome de justiça
dessa terra eternamente sonhadora.

Queria continuar,
mas meus versos são mais independentes

do que a minha realidade.

21.9.14

A grande mísera ação





“São as pequenas ações que constróem uma grande Sociedade”
A todos guerreiros de uma terra periférica chamada Brasil

Percebi depois de um tempo
que minha arte vale mais que vento.
Não sei por que isso é assim,
se o artifício do artista valoriza por si.

E o tempo ao relento
me faz mendigo de amores e emoções.
Solitário, o talento vai sobrevivendo
em meio a canções.

Sim, porque minha rima ri da má interpretação
desse mundo que rejeita solidão.
É melhor manter status ativo do que se aceitar desiludido do coração.

Vou escrevendo, rimando, sofrendo
e amizades construindo a cada declamação.
Você aí do outro lado, ouvindo verso rimado, dizendo:- poeta “bão”.

Já a minha bondade preenche um vazio,
pois me transforma um mendigo
com este verso dito, confundido com comiseração.

Quando, na verdade, de tão grande sentimento
Meu poema se faz com uma mísera ação.

O ato de escrever e rimar com o espírito da multidão.





18.9.14

Poeminha do contra (Século XXI)



                                       A Mário Quintana

Pior do que inimigo é o que se faz de amigo pra te ferrar... pior do que gente preguiçosa é gente invejosa que só trabalha se ver você trabalhar... pior do que ver tudo isso é quando usam a sua fala como recado pra pessoas que o próprio fofoqueiro não tem coragem de falar. Não sou homem de recados. O que escrevo, ou falo, não calculo a esmo e é apenas por falar.  Só toma como julgamento aquele que quer me julgar. E esses que aí estão não passarão, assim como me deixarão caladinho.