28.4.13

Avesso

Foi um poesia que me acordou...
Aqui de madrugada, ía dormir
e o sonho voltou.

A poesia não morre
pra quem escolhe poetizar a vida.
Mas pode viver insone
pra quem a rejeita de forma ilícita.

Prometi não escrever rimando
por achar simples demais um texto assim.
A alma acabou gritando
uns sons sem fim.

Quanto mais me controlo,
mais perco a desordem organizada aqui dentro.
Tô deixando o inconsciente controlar
o que a razão acaba escondendo.

Um poeta flechado no cerne da criação
que insiste contra o coração
fazer o sim da inspiração
contrariar o não do grito da multidão.

Diversos controversos em mim
não sabem que a poesia me unifica
e traz a vida, o recomeço.

E quanto mais escrevo
cada linha me diz
que sou um eterno aprendiz
e as palavras transformam a realidade em avesso.