26.6.12

O mundo


A Raul Seixas

Com essa onda de redes sociais,
aconteceu o que temia.
Confundem sempre realidade com fantasia.
“E eu do meu lado aprendendo a ser louco,”
um cara normal
com a vista no coletivo
sem perder o meu lado individual.

Não sou individualista,
porque na minha lista
só aparecem aqueles
que sabem viver.

Listo, confesso, uma ordem surreal
de coisas sem ordem,
pois ordenar é coisa do sistema.

E quem não acredita nele,
blasfema.
Afinal, você nasceu sozinho?

Esqueceu a sua educação,
sua filosofia de vida,
seus amigos
e tudo que é fruto do amor.

Pra sua informação,
quero ação,
muito mais do que essa reflexão,
que as rimas vazias provocam.

O julgamento que fazem de mim
acerta em cheio a sociedade,
porque ser social é um ato egoísta.

Faça como um amigo
que vi em redes sociais.
Ponha a sua face no book
e não esconda as suas origens.

Esqueça a hipocrisia
da sua time-life
E venha compartir que Stirner
estava errado em se acertar com o mundo.

O mundo?
Ele vira as costas para mim.
Justamente quando penso
que estou sendo coletivo.

18.6.12


Despidos (Ou uma dose de LTC)

Ao vê-la de costas para mim,
pensei em trazê-la de volta para a vida.
Sua tatuagem aponta à direção,
mas segui outro caminho.

Caminhei por entre os seus medos
com a coragem renovada pelo seu sorriso.
Unimos nossos corações em beijos
que foram além do libido.

Porque a nossa atração
desafiou às leis da física.
Abraçados, esquecemos do revés
que nos foi lançado.

Seu corpo é poesia inacabada
e escrita por céus de felicidades veladas.
Jogamos o melhor da vida
para ganharmos em experiências vividas.

Despidos de tudo o que o destino quis reservar,
traçamos o caminho errado para acertar.

7.6.12

Distância


Estou sendo isolado
pelas pessoas que mais gosto.
Empurrado pelas sarjetas da emoção,
cada sentimento fere o meu coração.

Rima lúdica
e a poesia simples retorna,
batendo à minha porta.
Minha psique.

Porque no meu momento triste
não existe um porquê.
Queria respeito,
não amor.

Como é doído perceber
que o ser humano ignorado
é o q mais está apaixonado
do meu ser.

Como é sofrível entender
que quem me ama,
não faz a mínima questão
de se fazer perceber.

A vida traz o enigma.
e eu tentando me socializar,
Mas a sociedade é um aglomerado
de achados e perdidos
recalcados.

Por isso, Freud sobrevive
e a psicanálise morre
nas calçadas de nossas ruas.

Ela se vai no gole do boêmio,
no sorriso da moça
que quis ser bem quista.
Mas a minha visão está torta
pela miragem desta vida.
Afastar-se é aproximar-se
da distância percorrida.