26.12.08

As entrelinhas



Imagine. Um homem ama uma mulher por quase dois anos e é ridicularizado por isso. Essa história seria muito banal se não existissem as “entrelinhas”. A vida também é assim.
Fazemos as nossas ações, mas esquecemos desse “porém”. Há sempre um terceiro que atravessa o nosso caminho com a omissão de palavras a sue próprio favor. Aí você ouve um: -Ele não mente! Claro, ele omite.
O meu discurso agora parece uma dor-de-cotovelo. Um dia, quem sabe, o leitor também passará por uma situação assim. Esse é o tal mistério da vida. Quem fala primeiro o que quer tem o domínio de toda a situação. Se aquele homem, já referido no início desse texto, chegasse primeiro, a “história” seria outra.
As pessoas dão valor à argumentos menores. Aqueles que não são visíveis e encontram o seu lugar nas “entrelinhas” da conversa cotidiana.
Imagine uma perda de um emprego por essa omissão. Muitos omitem a própria opinião para que a coletiva prevaleça. É sempre assim. E, quando alguém quer mudar essa rotina, pode receber o que deixam na “entrelinhas”.
Conheço um cara que era visto como gay por andar sempre com mulheres. Uma moça que é pudica pelo que falam dela. Por último, a nossa imprensa que vive das fofocas sobre os artistas.
Minha vida mudou muito ao saber que a Sandy era “ainda” virgem. Preparei-me naquele dia mesmo para “chegar” no “filezinho”. Ouvi comentários na rua: -Como ela deve ser na cama?
Esperto é esse pessoal que descobriu a ambrosia do Deuses! A verdade está nessas coisas mínimas da vida. Às vezes, penso em abandonar o meu desejo de se tornar escritor. As “entrelinhas” ganham mais crédito.
E ai de quem for contra! Faço de tudo para ir contra, mas ouço a velha setença:-Você é maluco ou viado? São duas opções recorrentes em Sociedade. De minha parte, acrescento a minha:-Você é maluco, viado ou escritor? A gente ouve cada coisa e precisa pôr no papel para permanecer na “esportiva”.
Tenho pena desse homem com quem comecei a crônica. Afinal, a razão de uma complicada “história” de amor recai sobre a mulher. Salvem-se agora feministas de plantão!
Brincadeiras à parte, imagine então a decepção desse varão quando descobre o poder das “entrelinhas”. Não adianta falar, porque elas já nos atribuem algum “pré-conceito”.
E o que fazer nesse momento? Eu prefiro escrever. Muitos amigos, os de verdade claro, acham graça do que escrevo. A distância entre as coisas é mais visível do que as fofocas.
O problema é que o ser humano prefere valorizar as mentiras. Essas ganham proporções maiores do que está explícito em linhas. Imagine, então, o que acontece com quem privilegia demais a verdade. Deve ser um “et” no mundo de hoje...

Essa poesia...

Essa poesia
Nasceu das noites mal-dormidas.
Sobreviveu à dias-de-sol
E dias-de-chuva.

Lembrou de nossas conversas.
Mas essa poesia...

Tentei escrevê-la de outro modo,
Sem tentar revê-la.
Porque dói aqui.

É a terceira vez
Em que a começo
Sem conseguir rimar.

Mas do que adianta escrever?
Você não vai olhar.

No máximo, um soslaio recebo
Em suspiros escondidos dessa poesia.

Ela sempre teve endereço certo,
Embora não saiba ao certo
Se ela quer me acompanhar.

Só peço um pouco de companhia.
Aquela verdadeira em que nos encontramos
Em palavras e dias incertos.

Aquela da companhia louca,
Que de louca só tinha apelido.
Essa poesia...

Essa poesia não queria
Ser lida e nem entendida.
Ela quer expor o que sente
Sem ser machucada.

Alguém achará que foi bem
Elaborada ou pobre de rima.
Sei lá...diga o que quiser.
Talvez você não esteja pronto mesmo
para entender a poesia da vida.

24.12.08

O novo diferente

O ano chega ao seu fim e a vida me revelao novo de forma diferente. Por isso, um filme veio à minha cabeça com personagens similares: Um avô morto por um ataque cardíaco, uma separação necessária de quem amava e a aproximação de pessoas, antes distantes. Tudo é um reflexo desse ciclo estranho em que se encontra o “poeta do amor”.
E tal alcunha foi um presente de um amigo há um ano mais ou menos. No entanto, o que importa não são os acontecimentos. Sem perder os fatos, importam-me as suas repetições em curtos espaços de tempo.
Alguns dizem que isso é um fruto da minha fértil imaginação. Outros dirão:- Ele está louco! Mas como explicar a sucessão de fatos parecidos em menos de três anos? Nietzsche chamaria isso de eterno retorno. Eu, de constante estorvo.
Talvez a minha forma agressiva de me lançar à vida assute às pessoas, enquanto o tempo percorre um curso que só existe psicologicamente. Na literatura, encontraram um termo para isso. Qual seria? Prefiro esquecer. Afinal, existem coisas que fazemos questão de esquecer!
Esse, por exemplo, será o primeiro natal sem nenhum avô. E, até agora, não consegui escrever uma linha para homenageá-los. Lembro-me de que a perda do meu avô “paterno” foi registrada em poucas linhas no “buzznet”: uma espécie de fotolog melhorado.
Três anos depois, coincidência ou não, perdi o meu avô “materno”. Nesse ano, choramos demais a perda dele e aprendemos o valor da ausência de alguém tão presente em nossa vida.
Então, acreditava em meros acasos. A natureza sempre nos tira quem ela quer pra si. No entanto, os outros eventos me assustaram muito. Não sabia mais o que estava acontecendo pela primeira vez.
Fui atrás de quem amava e lutei por seu amor. Conversei com os seus amigos e tentei entrar em contato com aquele mundo novo. Talvez o meu erro tenha sido a inocência de crer no “abraço universal”. Pois me parece que quanto mais auxiliamos o crescimento de alguém, mais este irá te ignorar.
O que assustou esse que vos escreve? Se respondesse que o mesmo aconteceu no referido intervalo de tempo, acreditaria o leitor em mim? Esse meu diálogo “casmurriano” nasce da constatação de um real inexprimível.
O platonismo seria uma ótima solução, mas sofro por tocar com todos os sentidos essa mesquinha realidade. Hoje, consigo fazer amizades pelo que leio ou ouço. A distância não importa. Entretanto, há três anos, a internet tinha mais valor em minha vida. Encontrei, naquela época, um novo amor que não teve um final feliz. Deve ser mal de poeta.
A gente vê o amor em tudo e as pessoas pisam em nossa perspectiva sobre o real. Deve ser engraçado negar ao comentarista de futebol o direito de falar mal do juiz. Ou então, impedir que um crítico de arte não faça pose de intelectual. Essas são comparações bizarras, mas qual é o problema de um poeta escrever sobre amor? Não sei.
Só sei que ouço constantes reclamações sobre a minha forma de descrevê-lo. Já me disseram muitas coisas... Guardo todas , porque esse ciclo existe. É uma coisa profana do tempo.
Amar não é para todo mundo! E não se assuste com essa declaração. Cada um tem a sua forma, mas ninguém sabe o que o amor é. Nem mesmo os poetas que se enrolam em torno de suas vidas. Eu nem sei o porquê de me chamarem de “poeta”. Afinal, tudo só muda de nome. Quem faz a nossa vida somos nós e o tempo. Feliz Natal!

9.12.08

A dança do Ser

Não faça o que digo
nem ouça o que falo.
Aprenda comigo
que a vida é uma farsa.

Mas, com ninguém, minto
no convívio cara a cara.
Não sou o que você pensa,
nem o que cogitara.

Sou muito mais do isso,
faço tipo na praça.
Escrevo para passar o tempo,
enquanto lembro do que mais admirava.

Ontem fui poeta,
hoje sou menino
e, no futuro, um Ser em devir.
O homem humilde
que não se cansa de rir-se
do que o suponham ser.

7.12.08

O verbo ficar

Usar as coisas, amar as pessoas. Nunca o contrário!

O verbo mal conjugado em nosso século é o “ficar”. Graças a ele, vejo os meus contemporâneos sofrerem com os resultados de suas ações. Acreditam em quase tudo que essa forma verbal possa oferecer por sua natureza quase instantânea de concretização.
Confiam os mais sábios que ele pode ser conjugado a dois e dar certo no futuro. Falam como se uma ação verbal tão ultrapassada fosse substituir, além de evitar, as mazelas de um tradicional namoro.Hoje, pense bem, não temos uma verdadeira conversa. Daí as mulheres recorrerem à velha desculpa de que os homens odeiam discutir relacionamento. Não admito tal posição se, pelo menos, ela “ficou” o tempo necessário conversando com o seu par, antes do relacionamento tornar-se sério e duradouro.
O amor virou algo de experiência e “ficou” distante de sua natureza poética. Para Diotima, no livro “Diálogos” de Platão, ele seria definido, em síntese, por uma única frase: “O amor é o desejo da posse perpétua do que é bom.”Isso pode ser um exemplo filosófico, mas representa irrefutavelmente a banalização desse sentimento em nossos dias. Camões também nos ajudaria com a paráfrase bíblica em que “O amor é fogo que arde sem se ver”. E poderia trazer exemplos de nossa realidade também.
O meu alerta faz-se necessário pelo “sucesso” obtido por esse verbo em todas as práticas sociais. Escolhi o exemplo central, visto que os outros são conseqüências dele.Se não desejamos amar perpetuamente à pessoa com quem vivemos ou àquilo que fazemos, o que estamos praticando?Aí aparece uma esdrúxula expressão como “mal-ficada” que explica todos os aborrecimentos dos jovens com a maior solução do planeta.
Conheço vários que “ficam” em depressão, com ansiedade e “ficam” ranzinzas diante do amor. O quadro se agrava com algumas jovens que atribuíram, ao termo, as suas fantasias. “Ficaram grávidas, sem apoio da família e sem perspectiva de vida.Na vida social, os jovens desejam “ficar” ricos numa outra ilusão impossível. Ainda, “ficam” bonitos na academia para defenderem o próprio corpo como personalidade.
Por outro lado, defendo o amor. Esse sentimento pode ser alimentado com qualquer outro que nunca nos deixará arrasados com a vida.“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita o mal;” Isso era o que Camões tentava nos dizer quando parafraseava esse trecho da Bíblia já na Renascença.
No entanto, devemos ressaltar o espírito inovador daquele século que ultrapassa o nosso. A história pode comprovar a minha afirmação. O “ficar” retirou, por acaso, a magia do ocasionalismo do amor. Ninguém mais acredita em amor à primeira vista, embora acreditem na existência do romantismo.Acho impossível haver um romance (não falo sobre o literário) sem o mistério proporcionado entre os olhares amorosos. O “ficar” está longe de professar esse agradável “ocultismo”. Sempre sabemos, após uma festa, com quem fulano ou fulana “ficou”!Enfim, devo “ficar” por aqui. “Fiquei” além do limite para questionar os limites para questionar os limites desse verbo tão estranho que as pessoas insistem em conjugar. Eu prefiro ser tradicional e amar eternamente o que há de melhor em nossa vida: O amor.
Obs.: Final de ano e eu postando um texto antigo que li no amigo oculto da turma da especialização. Um dia ainda consigo publicá-lo em um livro. Engraçado como ele ainda continua muito atual..

28.11.08

Um fio condutor de mão dupla

Uma homenagem a uma amiga, leitora, e, a cada dia, grande escritora.

Ser poeta é ter o “olhar” nas mãos. Talvez soe estranho afirmar isso em um mundo cada vez mais imagético como o nosso. Não privilegio a imagem, mas preciso entendê-la para descrever o que letras distantes me dizem. Um grande desafio para essa “luta vã contra as palavras”. Enfim, escrever é um fio condutor de mão dupla entre o leitor e o escritor.
Por isso, olhei na internet o que significava a expressão utilizada pelo blog que acompanho. As minhas mãos seguiram o teclado, como agora, em busca do duro fazer da prosa “poésis”. Ainda, procurei o significado do nome Vanessa com o objetivo de completar essa enigmática homenagem.
Descobri que o “Fio de Ariadne” tem o seu intertexto com a tradição mitológica e que a autora é uma exímia mariposa. O bordejar de suas palavras nos fascinam a cada acesso. Isso me fez compreender o poder do particípio passado do verbo tecer em latim. Um texto torna-se poético diante da visão do leitor que o mimetiza em seu próprio coração.
Aí observamos que a distância entre criador e receptor não existe mais. É como se cada palavra fosse lida pelas membranas de nossas células espirituais. O passo seguinte, então, é a contaminação por esse único vírus benéfico. O ácido dissóxido companheiro resgata de nós aquele pacto com a nossa leitura.
Nesse momento, não sabemos mais o quanto esse fio nos enredou. E tudo acontece como o surgimento de um verdadeiro amor. Pois não podemos explicar o momento em que os olhares se cruzam por, às vezes, eternos cinco minutos.
Se agora sou escritor é porque há momentos atrás fui leitor. No entanto, li boa obra, ou reflexão, que dialogou com o que acontece de mais verdadeiro na vida. Ser escritor é mimetizar a realidade por meio de invenções verdadeiras. Também renunciamos a nós mesmos em prol do mundo do leitor.
Vanessa se entrega em seus textos. Ela tece cada linha como pista para novos olhares e nos tira do grande labirinto virtual. E, embora seja minha leitora assídua, consegue me conduzir a caminhos de reflexão sobre os meus fios textuais. Isso é escrever. Olho com muito bom gosto esse tipo de trabalho, porque sei que a crítica e a humildade não faltam aos sábios.
Mas a maior sabedoria mesmo está no “olhar” do coração. Os bons profissionais são aqueles que amam o que fazem. Por isso, nem precisam demonstrar o que sabem. Todo escritor procura fazer o que escrevo. Vivem a liberdade de seus sentimentos na palavras surgidas a partir do invisível. As mãos, por sua vez, auxiliam na tradução poética da prosa em que vivemos. Seguem os fios de uma rede muito maior da que encontramos na mídia utilizada por nós.

9.11.08

Crônicas a Loreley (parte 1)

Inspirado em Uma aprendizagem ou o livro de prazeres de Clarice Lispector


Era uma vez a donzela Loreley que vivia debruçada em sua janela. De lá, via os seus pretendentes passarem com enormes propostas. Mas havia um que a incomodava... O nome dele? Dichter von Gedichter. Um grande poeta que sofria por suas atitudes nobres. Eles poderiam até ser felizes, se muitas coisas não atrapalhassem esse encontro.
Ela acreditava em que todos os seus amigos lhe falavam, enquanto ele apenas queria um pouco de atenção ao seu bravo coração. O estranho é que Lóri preferia ouvir o que todos diziam sobre o rapaz e nunca escutava os próprios sentimentos. Isso ele tinha certeza, porque nem amizade com o poeta parecia existir.
Talvez fosse o acaso da vaidade e do orgulho de poder dizer para as amigas: _ Ele me ama! Mas Dichter respondia com amor a qualquer tipo de resistência dessa princesa. Devemos ressaltar que estamos no século XXI já! E como era vista a atitude desse moço perante a sua amada? Para ela, era uma grande sujeição.
Coitada. Não entendia o esforço que o próprio poeta fazia, todos os dias, para engolir o próprio orgulho. Sim, ele tinha orgulho. No entanto, era capaz de passar por cima dele para aturar o que diziam sobre a sua imagem.
Logo nesse mundo em que o machismo é abraçado como postura de covardes e que demonstrar carinho é uma fraqueza. Chegou até a ouvir muitas blasfêmias. E Dichter? Mantinha-se forte em sua convicção. Afinal, amor não cabe em caixinhas de música.
Loreley, por sua vez, era muito inocente, assim como a maioria das mulheres de nosso tempo. Todas acreditam que dominam o mundo com as suas estratégias de conquista, mas estão vulneráveis a qualquer malandro. Dichter imaginava horas o porquê de tanta farsa naquele Castelo.
Sim. Ela construiu muros em torno de si. E, por incrível que pareça, o único impedido de escalá-lo foi o nosso poeta. Não o defendo, mas também não entendia a quantidade de estúpidos a que ela aceitava ao invés dele. Esse era o maior segredo de nosso século: As mulheres pretendem dominar os homens com os seus ardis.
Entretanto, digo o que aconteceu com Lóri. A moça acreditava que tinha a vida nas mãos, quando estava sendo enganada e guardando mais amargura em seu coração. E Dichter? Se tornava forte com a vida. Ía em breve arrumar outro amor. Mas era fraco né? Pensava em resgatá-la de seu Castelo. No fundo mesmo, Loreley estava sozinha.
O primeiro pulou a janela e ficou durante dois anos. Com o tempo, tornou-se amigo da família. Invadiu a sua vida, enquanto ela achava que o tinha na mão. Então, vieram os ciúmes e o grande monstro se mostrou quem era de verdade.
O segundo chegou com planos de felicidade. Mas, na primeira oportunidade, deixou a própria mãe chamar Lóri de “piranha”, louca, etc... O que queria mesmo era dominá-la a partir do próprio ciúme que sentia. E a nossa princesa marcava o seu coração com mais uma marca de ferro.
O terceiro, mais velho, fez o jogo inverso. A desprezou demais e ela aceitou. Até disse a Lóri que não se importava com o que ela fosse fazer com a própria vida. A ausência de ciúme a magoou. Quem sabe talvez aquele cara tenha sido colocado em sua vida por terceiros.
Já, nesse momento, Dichter aguardava uma chance. É nisso em que acredito. Existem pessoas que não desistem de seus sentimentos, apesar dos contratempos da vida. Mas nada é perfeito... Loreley, já muito machucada, decidiu se resguardar. Passou as férias em casa e conversou com o quarto que se fez de amigo.
Esse já a amava há muito tempo. No entanto, aguardou o momento propício e os amigos em comum para enredá-la em sua rede. Pulou a janela num ato de covardia. Afinal, sua estratégia foi usar de uma falsa aproximação por meio do que ouviu falar de nossa princesa.
O nosso poeta, então, decidiu esquecê-la. Procurou outras janelas, mas não admitia que fosse trocado por mais uma falsa companhia. Ficou em seu canto e já a esquecia. Encontrou um antigo amor com quem começava a trocar novas conversas. Era hora de receber também o amor que nutria.
Mas algo aconteceu entre Lóri e o seu quarto pretendente. O velho fantasma do ciúme os afastaram e as brigas voltaram. Aliás, aquilo parecia se repetir como antes. Outro que pulou a janela com o intuito de agradar com elogios oriundos de sua vontade. Então, a moça marcava pela quarta vez o seu coração. E agora a perversidade foi pior! Era uma amizade que veio a desmoronar por segundas intenções.
Ela, então, indecisa, não sabia o que fazer. Guardou mais um insucesso em seu coração e ouvia um antigo amigo. Esse foi esperto. Não tentou pular a janela de primeira. Se fez de amigo dela e de Dichter. Para depois, agir com o mesmo ciúme e se sujeitar aos desejos de Loreley.
E o nosso poeta? Recebia como sempre as chagas dessa princesa sem reclamar. Talvez ela não entendesse e nem as amigas dela. Todos achavam que ele adorava o sofrimento. Entretanto, quem ama é capaz de se sacrificar por alguém. Não que o nosso amigo fosse perfeito. O desejo de Dichter está repleto de amor. Isso não existe em nosso cotidiano.
Lóri não percebia que ele podia ser o sexto nessa seqüência. O seis simboliza a multiplicação do três, número considerado perfeito por nossa tradição cristã. E o quinto pretendente agiu sorrateiramente. Sem ser verdadeiro, porque devia saber ainda mais que os outros o tamanho da ferida exposta no coração dela.
Já o nosso poeta não abaixou a cabeça. Mas sabia que a história poderia ser outra. Ciúme é um sentimento baixo que não queria nutrir. Decidiu abraçar as feridas de Lóri em transformar em fábulas. Esse é o verdadeiro caráter da escrita. Ela recria a realidade de forma a nos fazer refletir com menos sofrimento. E não uma fuga de seus problemas. Talvez ela ainda não o entendesse. Ou entendia e fingia que não.
Hoje, ela está, com certeza, com mais uma marca em seu coração. E Dichter cresce com as experiências a ponto de amadurecer bastante. O seu sofrimento não é por um amor banal que respondeu aos desejos de sua amada. É o amor que faz flores nascerem em pedras. E sempre deixa uma pergunta no ar: Quem sabe essas flores não formem uma corda para subir à janela desse Castelo construído nesse mundo de (des)ilusões. Triste, porém, pode ser o dia em que Lóri o procurar abaixo de sua janela e não o mais encontrar...

31.10.08

Uma teoria antiga: SEMPRE TEM UM FDP!

Não sei porque comecei a escrever agora, mas, durante o caminho de volta pra casa, pensei em algo que decidi pôr em um texto...É um segredo que todo mundo já sabe. Como assim? Você me diria... Calma , leitor! (Machado deve ter se revirado no túmulo agora comigo..rs) Estou tentando lhe dizer o que vida nos ensina todos os dias. Sempre existe um FPD que atrapalha a nossa vida!
Essa sigla notória traz muita dor de cabeça. Isso é uma repetição milenar ou aquele tal de eterno retorno. Diria um amigo meu: Pare de ser chato com essas citações, Rômulo!! Mas nem ele percebeu o quanto brinco sério. E o FDP age, na maioria das vezes, com aquela frase: Estava só brincando! Só brincando não...brinca sério sem vergonha!! Ás vezes, até eu sinto vergonha quando digo essa frase..rs Nada de alardes hein? Ela é comum, mas é bom pensar...rs Hoje mesmo, disse uma coisa que nenhum FDP diria: O pobre vive uma vida existencialista..ou trabalha ou estuda ; ou casa ou namora; ou seja, vive a partir de escolhas. rs Entendeu o espírito da coisa? É igual aquela história de que o cara se finge de amigo pra se aproximar da garota e mina a cabeça da coitada com um monte de bobagem. Quando digo que nunca fiz isso, sou taxado de tudo. Não acreditam em mim. Talvez se fosse FDP.
O desgraçado se esconde na pele de cordeiro e sempre segue os seus passos. Sabe da sua vida muito mais do que você. E aí de ir contra ele! Você ouvirá um : Coitado! É só um amigo... Por que você está sendo agressivo? E por aí vai. No entanto, não quero dizer que existam ciúmes que, por engano, transformem um ser normal numa peste milenar como essa.
O que me incomoda, na verdade, é q esse tipo de pessoas se faz de vítima e consegue desestruturar a cabeça de uma pessoa. Não se esqueça, porém, que FDP pode ser do gênero feminino. Sempre digo q mulher não tem amiga e sim comparsa...rs Brincadeiras à parte, o que dói no coração mesmo é quando vemos esse ser agir sem poder alertar. Até porque ele se cerca de todos os argumentos possíveis pra se explicar. Pessoas verdadeiras mesmo, na minha pífia opinião, são mais diretas em suas palavras, mesmo que essas machuquem.
Ah..não posso esquecer da tal mentira sincera, grande Cazuza. Ela existe sim, mas nunca é disfarçada. São feitas a partir do elogio verdadeiro. Já me irritei bastante com algumas pessoas à primeira vista que foram muito mais companheiras do que outras que conhecia há anos.
Aqui me fez lembrar outra coisa. O FDP leva uma vantagem porque nunca conhecemos mesmo alguém com muita precisão. Mas há outros meios de detectá-lo q não vou falar pra ajudar esse tipo de pessoa. E, por último, pra vcs mulheres cada vez mais independentes e tal...
Taí o q mais irrita em um homem. Nós não queremos ser FDP nunca com vcs, mas vcs sempre caem na lábia desses otários q só sabem reproduzir o q ouvem da realidade. Quando um cara ama vcs mesmo ( o contrário é verdadeiro) , ele irá amá-las pelo q vcs são. Afinal, essa é a única qualidade de um ser humano: o amor. Esse sentimento, extinto em nossos dias, é capaz de destruir a farsa de um mundo cada vez mais repleto de gente ardilosa . E cuidado pq eles estão em todos os lugares. Mas, enquanto isso, a gente escreve e responde com brincadeira séria. Tão séria que me traz riso. Riso de que? Nonada Guimarães, nonada...É tão sem-graça isso...rsss Viu? Também ser escrever em dialeto. Guardem o aviso ou não..a consciência é de vcs.

25.10.08

Algumas pessoas não mudam

Inspirado em uma frase de uma amiga: People don’t change


Sim, mudei o título para não generalizar. A frase da Eve era sobre as pessoas e a gente costuma pôr todo mundo em uma fôrma. Mas já estou certo de que raríssimos são aqueles que conseguem mudar. Afinal, assisti a uma frase, ontem, que falava sobre a repetição dos erros. A mudança é um processo lento e doloroso.

Por isso, algumas pessoas não mudam. É muito fácil ter o seu mundo pronto ao seu modo. No entanto, a vida nunca foi dessa maneira. Ela nos surpreende a cada segundo com provações de todas as formas. Talvez, essa constante revolução nos destinos do dia a dia seja uma forma de nos mudar. Seja pra ruim ou pra melhor.

O fantástico é ver a burrice do ser humano. Insiste em seus próprios erros e, quando acerta, segue o caminho errado. Assim, mudar internamente nos salva de uma queda muito maior. Eu mesmo, há um tempo atrás, entrei em uma depressão por um grande amor. Tinha perdido a vontade de viver.

Se não me falhe a memória, foi em 2004. Desde aquele tempo aprendi a não confiar em pessoas que estavam em nosso círculo, que imaginava ser de amizades. A minha auto estima foi pisada com fofocas a respeito de quem eu era. Por quê? É uma pergunta que me faço até hoje.

Hoje, passei por uma situação semelhante; mas nem, por isso, agi de forma semelhante. Eu mudei. Em minha opinião, pra muito melhor. Aprendi a não dar trela a argumentos falsos e intensifiquei o que havia de melhor em mim: A capacidade de ouvir.

O meu único erro, ainda, é acreditar que posso ajudar algumas pessoas a mudar. Não me importa quem é a pessoa, mas quem ela “possa” ser. Todo somos imagens em semelhança daquele “cara lá de cima”, como diria a esnobe da Xuxa que povoou a imaginação de toda a infância de uma geração. O engraçado é que ninguém reclamou da forma como ela se dirigiu a uma divindidade. Ela pode...como diria o chavão de um programa de humor.

Digo, em outras palavras, que muita gente muda com a coletividade. Ser igual em um mundo de diferentes é muito fácil e ser diferente em um mundo de iguais é muito difícil. Tenho medo em que a nossa Sociedade ainda possa se transformar. Os sentimentos estão sumindo e dando lugar aos seus simulacros. Esses são controlados por qualquer um que os domine.

Acrescente a isso o fato de que o tempo nos consome. São tantas as tarefas e as exigências do cotidiano. Em uma atualidade em que as mulheres pensam dominar com essa pífia postura masculina, enquanto o machismo oculto predomina. Mas só quem muda é capaz de pecerber isso.

Ao mesmo tempo, existem aquelas pessoas que usam a discussão sobre os seus problemas para não encará-los. Esse esforço é inútil, porque a consciência existe. Ela sempre nos cobra mais tarde. Por isso, penso muito antes de sair da vida de uma pessoa. Sou responsável pela conseqüência dos meu atos. Lembra da Bíblia? Não faça aos outros...Lembre, porque eu não lembrei.

Aliás, a falta de memória é o reflexo do estresse com a correria do dia a dia, mas o meu otimismo me salva sempre. Aprendi que não adianta reclamar. “Was mich nicht unterbringt, mich macht stärker.” Algumas pessoas não irão mudar. Fugir da própria realidade é um ato humano e, por vezes, burro. De minha parte, procuro transformar tudo. Como? Com um sorriso, um abraço, uma palavra de esperança ou um texto. Quem sabe essa frase, minha amiga Evelyn, retire a bendita partícula de negação.

6.10.08

Tenho esperança

Tenho esperança. Como todo escritor que se preze. Muitos não admitem, mas o que nos impulsiona a escrever é a esperança em algo. Por isso, grande parte dos que escrevem são empreendedores da vida.
Não aquela a que estamos acostumados em nosso dia a dia. A realidade pode ser transformada por palavras. Estejam essas dentro ou fora do texto. Por sua vez, esse coletivo de vocábulos se junta para deixar ensinamentos... Se serão seguidos, ou não, só o leitor / ouvinte atento poderá dizer. Quem sabe até produzir.
Mas me perguntam sempre: Tem esperança de quê? Por que és tão teimoso? A minha resposta resultaria em outros três textos. Mas, como sempre, é a simplicidade que me agrada. Eu tenho esperança de:
que aquelas palavras ditas em outrora não tenham sido em vão;
que a humanidade aprenda que humanismo não é insistir em erros absurdos;
que o erro cometido não seja um obstáculo à compreensão do outro quanto à sua realidade;
que as fantasias só existam em prol da literatura e do entreterimento e não sejam um simples ópio da pífia realidade;
que a vida seja vivida ao invés de jogada...
e por último...
Acredito que essa todos os que escrevem almejam um dia:
que as palavras criadas sejam um diálogo transformador na realidade daquele que lê...Afinal, o real só se transforma a partir de nossos atos.
Sou escritor, pois tenho esperança. E essa qualidade não falta a ninguém que tenha a escrita como um prazer saudável em sua vida.

6.9.08

Pense nisso........

O "Eu te amo", pra mim, é frase mais complexa de todas as línguas. Não premeditamos o momento de dizê-la e nem a usamos a todo o momento. Mas, quando empregada em direções opostas, pode trazer uma revolução em nossa realidade. Não devemos deixar de dizê-la para quem nos ressalta o que melhor há em nós: O amor. Caminhe, olhe para o lado.
No entanto, a resposta pra esse sentimento não existe e muita gente insiste em procurá-lo em diversas direções distantes de sua própria estima. Pense nisso...

5.9.08

A minha atual trilha sonora...Yeah!!

Eu fico com a pureza das respostas das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver e não tenha a vergonha de ser feliz
Cantar (e cantar e cantar)a beleza de ser um eterno
aprendiz
Ah meu deus!, eu sei, eu sei que a vida devia ser bem
melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar (e cantar e cantar) a beleza de ser um eterno
aprendiz
Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita.
E a vida?
E a vida o que é diga lá, meu irmão?
Ela é a batida de um coração?
Ela é uma doce ilusão?
Mas e a vida?
Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é, o que é meu irmão?
Há quem fale que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que finda num segundo,
Há quem fale que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor
Você diz que é luta e prazer;
Ele diz que a vida é viver;
Ela diz que o melhor é morrer,
Pois amada não é
E o verbo sofrer.
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der ou puder ou quiser
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saude e sorte
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver, e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar (e cantar e cantar) a beleza de ser um eterno
aprendiz
Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita


Obs.: Quando a vida sorri pra gente, só temos que agradecer com uma bela música.. porque na verdade...

"Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der ou puder ou quiser"

4.9.08

Tem gente que se afasta do amor quando o tem nas mãos. Talvez seja uma dose de orgulho ou medo de encarar a felicidade de frente. É difícil de entender isso. De minha parte, aprendi que devo viver a "vida", sem ligar para as complicações que as pessoas insistem em atribuí-la. Tento simplificar ao máximo o meu convívio com os outros, mas porque todo mundo insiste em ir na contra mão do que pensa? Já vi muita gente deixar escapar o amor de sua vida por evitar uma simples conversa. Estranho não?

Tem gente que não aprende...

Tem gente que não aprende mesmo...Vem ao meu blog, copia o que escrevo como se fosse idéia própria. Plágio é terrível. rs Para constatar isso, pergunte ao plageador o que ele quis com aquele texto. Simplesmente, ele vai enrolar e não vai saber dizer. Afinal, a idéia verdadeira está naquele que cria. Por isso, não tiro mais o meu blog de circulação. Acreditem se quiser..estou sendo plagiado..é mole?

26.8.08

CONHECES A "OUVIRTUDE"?

Um dos maiores problemas de comunicação, tanto a de massa como a interpessoal, consiste em descobrir como o outro ouve, se é que ouve... A mesma frase permite diferentes níveis de entendimento. Raras, raríssimas, as pessoas que procuram ouvir exatamente o que a outra está dizendo. Diante desse quadro venho desenvolvendo uma série de observações, divido-as com você que, por certo ajudará passando-me as pesquisas que tenha a respeito. Observo que:
1. Em geral o receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que o outro não está dizendo.2. O receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que quer ouvir.3. O receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que já escutara antes e coloca no que o outro está falando.4. O receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que imagina que o outro ia falar.5. Numa discussão, os discutidores não ouvem o que o outro está falando. Ouvem o que estão pensando para dizer em seguida.6. O receptor não ouve o que o outro fala. Ouve o que gostaria de ouvir ou que o outro dissesse.7. O receptor não ouve o que o outro fala. Apenas ouve o que está sentindo.8. O receptor não ouve o que o outro fala e, sim, o que já pensava a respeito daquilo.9. O receptor não ouve o que o outro está falando. Ele retira da fala apenas as partes que tenham a ver consigo e: concordem, emocionem, agradem ou molestem.10. O receptor não ouve o que o outro está falando, e, sim, o que confirme ou rejeite o seu próprio pensamento. Vale dizer, transforma-o em objeto de concordância ou discordância.11. O receptor não ouve o que o outro está falando, mas o que possa se adaptar ao impulso de amor, raiva ou ódio que já sentia pelo emissor. Concordância ou discordância camuflam-se de racionais, porém são empáticas. O mundo é regido tanto pela economia quanto pela empatia. Argumentos são disfarces intelectuais da simpatia...12. O receptor não ouve o que o outro fala e, sim, apenas os pontos que possam fazer sentido para as idéias e visões que no momento estejam influenciando ou comovendo.
Esses doze itens mostram como é raro e difícil conversar. Como é raro e difícil se comunicar! O que há, em geral, são monólogos simultâneos à guisa de conversa ou monólogos paralelos, à guisa de diálogo. O próprio diálogo pode haver sem que, necessariamente, haja comunicação. Pode haver até um conhecimento a dois sem que necessariamente haja comunicação. Esta só se dá quando ambos os pólos ouvem-se, não, é claro, no sentido material de "escutar", mas no sentido de procurar compreender em sua extensão e profundidade o que o outro está dizendo.Ouvir, portanto, é muito raro. É necessário limpar a mente de todos os ruídos e interferências do próprio pensamento durante a fala alheia. O filtro do preconceito não está na mente e sim no ouvido. Ouvir implica numa entrega ao outro, numa diluição nele. Daí a dificuldade de as pessoas inteligentes efetivamente ouvirem. A inteligência em funcionamento, o hábito de pensar, avaliar, julgar e analisar interfere como ruído, na plena recepção do que vem de fora. E mesmo de dentro... Ouvir-se é tão raro e difícil quanto ouvir o outro.Não é só a inteligência a atrapalhar a plena audiência. Outros elementos perturbam o ouvir. Um deles é o mecanismo de defesa. Há pessoas que se defendem de ouvir o que as outras estão dizendo, por verdadeiro pavor inconsciente de se perderem de si mesmas. Elas precisam "não ouvir" porque "não ouvindo" livram-se da retificação dos próprios pontos de vista, da aceitação de realidades diferentes das próprias, de verdades idem e assim por diante. Livram-se do novo, que é saúde, mas as apavora. Não ouvir é, pois, sólido mecanismo de defesa.Ouvir é um desafio de abertura interior; de impulso na direção do próximo, comunhão. Ouvir é nobreza e virtude.Deveria haver a palavra "OUVIRTUDE"... Ouvir é raridade, ato de sabedoria.Só depois que se aprende a ouvir começa a sabedoria. Descobre-se, então, o que os outros estão dizendo a propósito de falar.

Arthur da Távola. Amor a si mesmo.
Obs.: Esse texto é muito bom. Prazer, Ouvirtude. rs

20.8.08

Um mês

Falta um mês para o meu aniversário.. E mais uma vez o fechamento de um ciclo de mudanças..Não vejo a hora de fazer um quarto de século! haahuahua

Poesia de Drummond...

A poesia saiu mal formatada, mas eu a adoro..rs
Amor – pois que é palavra essencia
lcomece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.
Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro gritode orgasmo, num instante de infinito?
O corpo noutro corpo entrelaçado,fundido, dissolvido, volta à origemdos seres, que Platão viu completados:é um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmo?Onde termina o quarto e chega aos astros?Que força em nossos flancos nos transportaa essa extrema região, etérea, eterna?
Ao delicioso toque do clitóris,já tudo se transforma, num relâmpago.Em pequenino ponto desse corpo,a fonte, o fogo, o mel se concentraram.
Vai a penetração rompendo nuvense devassando sóis tão fulgurantesque nunca a vista humana os suportara,mas, varado de luz, o coito segue.
E prossegue e se espraia de tal sorteque, além de nós, além da prórpia vida,como ativa abstração que se faz carne,a idéia de gozar está gozando.
E num sofrer de gozo entre palavras,menos que isto, sons, arquejos, ais,um só espasmo em nós atinge o climax:é quando o amor morre de amor, divino.
Quantas vezes morremos um no outro,no úmido subterrâneo da vagina,nessa morte mais suave do que o sono:a pausa dos sentidos, satisfeita.
Então a paz se instaura. A paz dos deuses,estendidos na cama, qual estátuasvestidas de suor, agradecendoo que a um deus acrescenta o amor terrestre.

15.8.08

Quebrando mitos

Existem certos mitos que precisam ser quebrados atualmente. Um deles diz respeito à reclamação feminina de que não existem homens sinceros, verdadeiros, honestos, etc... Ou seja, aquela velha ladainha em que muitas se apóiam: "Está faltando homem e sobra cafageste!" De minha parte, levanto a questão: "Será que vocês mulheres não mudaram pra pior?"
Pergunta polêmica, mas surgida de uma observação singular da realidade. Uma amiga, por exemplo, perguntou-me porque ainda estaria sozinho. E emendou:- Você é simpático, sincero, honesto e outros blá-blá-blás citados por mim no início desse texto.
No entanto, descobri o "verdadeiro" problema: - Sou um ser em extinção! rs E não quero dizer com isso que sou um santo. Muito pelo contrário, sigo a minha vida na contra-mão da perfeição virginiana impingida a meu ser. Afinal, todo escritor precisa se sobrepor a qualquer tipo de regra para "regulamentar" o sentido de sua vida.
Mas o que acontece em nossos dias? Não acontece como a maioria das pessoas acredita acontecer. As mulheres têm medo de compromisso e se acomodam com o pior de nossa "raça". Sim, esse é o termo certo. Tive um amigo que se divertia com as mentiras contadas às mulheres. O animal, acredite, conquistava a maioria.
Já me disseram, também, que procurava em locais errados. Outra balela. Amor não se encontra e nem se aprende. Ele é sentimento construído num relacionamento.
Entretanto, ando um pouco desiludido com essa possibilidade das pessoas desprezarem o simples. E, ao contrário do que "elas" pensam, um homem verdadeiro encara a vida de modo simples e não se gaba de ser bom, honesto, etc...
Pelo menos, é no que acredito. Como disse certa vez: "-Homem não se torna homem, nasce homem." Espero, então, que esse texto não seja visto como reclamação. Ele não serve para nada. Só desabafo contra a proliferação de mitos que determinam a superioridade de uma maioria inferior dominante.

14.8.08

Mensagem do dia


"A melhor universidade é a felicidade de viver "

Aleksander Pushkin

Encontros

http://umjovempoeta.blogspot.com/2008/05/encontros-da-vida.html

"Porque existem dois tipos de encontros:
Encontros ocasionais e encontros ocasionados pela vida."

RPS

12.8.08

Trevo de seis folhas.

Têm coisas que só acontecem em minha vida. Hoje, acreditem ou não, encontrei um trevo de seis folhas. rs Será que a sorte começou a sorrir pra mim? Nem foto no google eu achei para registrá-lo aqui..

11.8.08

Momento musical

Momento musical parte 2

"Sonho lindo que se foi
Esperança que esqueci
Foi por medo de perder que eu perdi
Tanto eu tinha pra dizer
Tanta coisa eu calei
Foi por medo de sofrer que sofri
Foi pensando em me guardar
E querendo não querer
Me dizendo pra esquecer
Foi pensando só em mim
Que eu pensei só em você
Foi tentando me afastar
Foi negando o meu amor
Foi por não querer amar que eu amei você"

Músicas trazem memórias e sentimentos...E quem dera se existisse um controle remoto pro coração. Como disse para um amigo certa vez..podemos ter domínio sobre tudo , menos sobre os próprios sentimentos. Então, estava pensando nesses dias, onde estará esse sonho agora? hehe

8.8.08

Dito verdadeiro..

"Um homem pode enganar a tudo e a todos, menos a seu próprio coração."

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Bendita música...

"Porque eu só vivo pensando em você
E é sem querer, você não sai da minha cabeça mais
Imaginar nós dois
Às vezes penso ser um sonho impossível
Uma ilusão terrível será?
Hoje pedi tanto em oração
Que as portas do seu coração
Se abrissem pra eu te conquistar
Mas que seja feita a vontade de Deus
Se ele quiser então, não importa como, onde, quando
Eu vou ter seu coração !"

5.8.08

Reflexão do dia...



"O nada é tudo, quando fazemos de tudo por nada."

RPS

25.7.08

Felicidade existencial

O sol lá fora vem trazer novos tempos. Venta aqui, bem calmo, dentro.

19.7.08

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14.7.08

O Universo Paralelo do orkut


O estranho Universo paralelo do orkut me encanta. Foi só deixar em meu "about me" que estaria fora até agosto para que os recados começassem a chover. Estranho não? Não. A realidade é que muitas pessoas já se orientam através dessa segunda dimensão. Então, quando viram uma mensagem, que não esperavam de minha pessoa, começaram a se preocupar com essa fuga dessa "nova" realidade.



A minha tentativa, no entanto, foi para mostrá-los que só uso essa ferramenta, porque prezo demais àqueles que fazem parte dela. Podem me chamar de antiqüado, mas o evito na ânsia de que todos percebam o perigo de expor a sua vida com as mensagens nele. E escrevo sobre isso com o aval de quem não se preocupa com elas e sim, com a imaginação contida na mente dos espectadores desse grande big brother.



O que escrevemos pode ser usado contra nós, sem nenhum pudor por espiões com diversas intenções. Desde uma simples paquera à destruição de um longo namoro. No entanto, continuo o usando com único próposito: Enviar e receber mensagens daqueles que adoro.



Todo mundo esqueceu de que existem telefones, e-mails ou até mesmo a antiga carta. Somos sempre perguntados: - Você tem orkut? Responder, assim, com um não é "não" fazer parte da nova sociedade. E eu, quem sempre disse a verdade em qualquer forma de comunicação, poderia sofrer retaliações. Entretanto, repito, não foi isso.



Não quis me servir da grande comodidade de ler o recado daquela pessoa que gosto para saber como respondê-la. Não quis enviar scraps injuriosos (ou infâmes) para denegrir a imagem de alguém. Não quis corroborar com nenhuma opinião. Não quis acabar com o namoro daquele rival ou expor fotos de uma "possível" vida feliz em festa. E escrevo tudo isso sem demagogia.



Qual seria o meu desejo então? Respondo sem pestanejar: Entender esse mundo que artificializa as relações pessoais com uma impessoalidade universal. Pois, entrar no orkut, é torna-se registro de um mundo de números apenas. Impressiona-me, por outro lado, o fato de minha sinceridade assustar muitas pessoas. Se pudesse (presta atenção nisso) deixaria todos os meus recados lá no scrap. Já fiz isso e me arrependi por aqueles que quiseram "criar" em cima do que liam. A antiga fofoca me desagrada...



Não pelo fato de ser uma mensagem "inventada" (os bons escritores fazem isso [às vezes]), mas pela ínfima capacidade humana de se pôr abaixo da realidade. Ser real é ter controle da própria fantasia em que se vive e esse é o único aspecto ainda aproveitável no orkut. Temos, por enquanto, as configurações que estão cada vez mais aperfeiçoadas aos interesses dos usuários. Podemos bloquear tudo. No entanto, há um que ainda permanece livre: O universo particular de cada um. E é com esse que devemos ter cuidado.

Amor.....

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Amor
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AmorAmor
AmorAmor
AmorAmor
AmorAmor
AmorAmor
Amor (....)

Obs.: Porque é o único elemento na vida que, quando existe de verdade, não acaba.
AmorAmor
AmorAmorAmorAmorAmor

12.7.08

A fada e o poeta

Ela me encanta
com a sua sabedoria.
E eu escrevo cada lembrança
em forma de poesia.

Ela sorri com o nascer do Sol
lá fora. Eu me fecho em uma seriedade
que não combina com essa aurora.

Mas quando sorrio,
o olhar da fada vem marejar.
O tempo fica frio
e evocar o Luar.

Ela é da noite,
enquanto sou do dia. Somos contrários
ao açoite desse destino à nossa revelia.

O poeta a ama
e ela o deseja.
Mas ainda falta completar essa chama
com o encontro do beijo.

Ela foge
quando diz que o ama.
E ele a abraça
com o calor da sorte.

Porém, falta um evento
no Universo.
Ele concretizará esse casamento
para além desses versos.

Obs.: Esse poema surgiu de uma conversa que me fez pensar no que seria o encontro do século..rs O encontro entre a fada e o poeta.

10.7.08

Mensagem do dia

"Não importa o tempo, mas uma vida só começa a valer a pena quando entendemos que só há uma forma de conjugá-la: Com o verbo 'acreditar'. " RPS.

7.7.08

Momentos raros


Numa noite soturna
um sorriso bate à porta.
Parece que o olhar da lua
me conforta.

Sereias ao mar,
mártires a surgir.
Todos vêm cantar,
antes do sol surgir.




Se a vi nesse barco,
não foi porque escolhi.
Preferia ter recusado
o cantar que veio de mim.

O meu coração é uma penumbra
que acompanha a energia.
Promove realidade
para além da fantasia.

A noite a enfeita
com o colar do tesouro encantado.
E o seu olhar se ajeita
a cada verso meu cantado.

Noite escura
de enigmas claros.
Já nasceu, então, musa
dos momentos raros.

Obs.: Porque bastam alguns momentos para inspirar um poeta e muitos desencontros para detonar os seus sonhos. Vivam a realidade com muita moderação. Seja através de poesia, um gesto ou uma canção. Não vão me entender, mas isso não importa. Uma vida se constrói entre o dito e o não-dito. E cada um sabe o que fazer com esse limite...

Feliz como um Panda! rs


Finalmente, um tempo mínimo pra descansar! Claro que as aulas voltam em agosto e ainda preciso ir à UFF, mas a correria diminuiu. Não há como traduzir essa felicidade. Merecidos, ainda que breves, descansos. Estou feliz como um Panda! Agora só falta ver o filme... rss

Mensagem cifrada...


Essa mensagem é para alguém. Foi escrita numa tentativa de chegar ao coração dessa pessoa, que os acasos da vida insistiram em me afastar. Mas saiba que, de todos os momentos, você ainda está em meu coração. Talvez tenho descoberto tarde demais que deveria ter insistido..mas enfim...se você estiver lendo, irá me entender. O importante é que nos fazemos bem, embora tenhamos percorrido caminhos diferentes. E se um dia você sentir o mesmo por mim, estarei de braços bem abertos para acolhê-la. E danem-se os curiosos de plantão! hahaha


15.6.08

O tempo da vida


O tempo da vida não é o mesmo em que vivemos. Essa é a grande sabedoria. A partir dela entendemos em horas inesperadas a importância de vários acontecimentos em nosso cotidiano. Por isso, fazemos esse caminho em uma escada que segue uma eterna espiral. Aí, cabe-nos passar por cada degrau com o olhar atencioso do tempo do coração.

Notas da semana...


Esse texto é antigo e faz tempo que o recebi pela net. Mas em tempos de estresse, guarde-o consigo e leia-o! rs

NOTAS DA SEMANA...
(
28/10/2005)


PALAVRÕES TAMBÉM SÃO IMPORTANTES

(Luís Fernando Veríssimo)

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos.

É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a "vulgarização" do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole.

"Pra caralho", por exemplo.

Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"?

"Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!".

O "Não, não e não!", assim como o "Absolutamente Não" já soam sem nenhuma credibilidade.

O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto.Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência.

Solte logo um definitivo Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!".

O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Caetano Veloso.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em profissional nosso cotidiano.

Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!”dito assim te coloca outra vez em seu eixo.

Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e enforcadora derivação "vai tomar no meio do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável! , se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no meio do seu cu!".

Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar:
O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala.

Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.
"Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.

Liberdade, igualdade, fraternidade e Foda-se!

14.6.08

Ande comigo...rs


Ontem foi o dia de Santo Antônio..mas eu mereceria homenagens tb... Consigo fazer com que todos os meus amigos deixem de ser solteiros, enquanto continuo o meu caminho solitário..rs Ande comigo e nunca mais ficarás solteiro! rss

11.6.08

O amor não cabe em um dia


É...E chegou a fatídica data que não suporto. O dia 12. Escuto, então, a velha balela de minhas amigas, principalmente da Silvia que será a minha Biógrafa futuramente..haha "Você odeia porque está sozinho!" Dizem sempre como se isso fosse me comover e me fazer mudar de opinião. Só que digo o que realmente me incomoda nesse dia.
Tenho certeza de que amanhã (hoje é 12..o blog q é burro! rs) aparecerão vários casais de mãos dadas e tantando competir entre si para reproduzir a melhor cena romântica do dia. Que decadência humana! Será que não podemos amar para além das datas?
E aí, escrevo isso porque já presenciei, casais que vivem brigando entram em harmonia por causa do dia 12. Ora, pense bem. Não podia ser o dia 1 de abril o dia dos namorados? E o dia 12, o da mentira?
Tá..posso ter pego pesado, mas muita gente entendeu o que disse. Os relacionamentos estão cada vez mais superficiais e as pessoas se unem apenas porque têm medo de ficarem sozinhas. Quanta bobagem! Claro que admito ter esse medo também, mas isso é natural ao ser humano e ficar com uma outra pessoa só por "ficar" não é o meu tipo. Já escrevi um texto poético sobre isso : O verbo Ficar.
No entanto, não vivo das ilusões que crio. Isso deveria ser uma atitude que devíamos sempre tomar com o amor. O que escrevo não pode ser comparado à minha vida. Assim, como o laço de união entre duas pessoas não possa ser reduzido a um dia.
E, para encerrar, em homenagens às críticas que recebo (rs), digo (escrevo) como seria o meu dia 12 se estivesse com uma namorada...
No dia 11, mandaria uma mensagem "Eu te amo" para o celular dela. Já, no dia, a abraçaria e diria que era a mulher da minha vida. (sem dizer nada sobre o dia) Mesmo que ela retrucasse o meu elogio (mulher adora fazer isso), eu insistiria de outra forma. Ou seja, o que quero dizer é que prefiro fazer de cada segundo da pessoa que amo uma eternidade, porque o amor é um sentimento infinito. Ele não cabe em joguinhos, não cabe em um único dia e muito menos num texto corrido como esse...rs Mas para os que acreditam que há um dia pra ele, Feliz dia dos namorados.

10.6.08

Entre as Frutas e as Rosas


Nesse mundo onde a metáfora das frutas se faz presente, senti a necessidade de dizer porque os poetas preferem as rosas em sua vida.


Toda fruta provoca apenas desejo, que, quando saciado, deixa de existir.

Já as rosas nos inspiram para a vida com os seus perfumes e as suas belezas.


Toda fruta só é bonita em determinada estação e pode ser que se distancie pelos obstáculos postos por sua soberba raiz.

As rosas demonstram um charme constante e só mantêm a distância para que a observemos em meio as outras plantas.


Agora um ponto importante. Dizem que as frutas rejeitam os poetas porque esses não "desfrutam" do prazer proporcionado por elas. Mas esquecem que nós tratamos as rosas com carinho e sensibilidade, porque sabemos que o nosso toque deve ser eterno.


Não tenho nada contra as frutas. Mas seria bom se elas aprendessem a ser suáveis com as rosas que aproveitam a vida no jardim do poeta. Elas conseguem? Claro que sim. Já ouviram falar de pêssegos? rs



8.6.08

Essa é pra registrar...rs


Têm coisas que realmente só acontecem em minha vida...rs Preparei um cartão do vox cards para mandar para uma pessoa, que adoro, com poesia e tudo. Depois coloquei uma imagem com um cumprimento e tinha paisagem e tudo. Na euforia, mandei. Qual não foi a minha cara, quando descobri que uma mensagem de comida aparecia após a mensagem inicial? rsss E se você for essa pessoa e estiver lendo esse post, perdoe a inconseqüente pressa deste indivíduo. Poderia ter visto com calma...rs Agora sei porque ainda estou solteiro. Pelo menos a mensagem salva o cartão ..rs Mas tinha que registrar mais um acontecimento dessa vida que me surpreende a cada segundo..uahuahuaha

3.6.08

Máximas mínimas do cotidiano


"Estou casado com a vida; porque, entre o passado e o futuro, sempre me faço presente." RPS

31.5.08

Parece simples, mas não é!

Muita gente reclama dos filmes hollywoodianos por acreditarem que esses não ensinam nada. Mas me surpreendi hoje ao ver Rambo IV. A velha história e o mito do herói americano parecia ser muita chata até o momento em que uma frase é dita pelo personagem principal, quando disse o seu objetivo na guerra:

"Viver por nada ou morrer por alguma coisa..."

Isso pode parecer simples de início, mas não é....

Criei esse blog para dar um tempo nos anteriores, visto que ninguém parecia se importar em comentá-los mesmo. rs Aqui prefiro escrever o que o cotidiano me ensina. Seja essa uma lição literária ou não. Um dia voltarei com o "um jovem poeta" e os outros, mas quero dar umas férias a eles, já que eu mesmo não posso ter esse privilégio. rs