Imagine. Um homem ama uma mulher por quase dois anos e é ridicularizado por isso. Essa história seria muito banal se não existissem as “entrelinhas”. A vida também é assim.
Fazemos as nossas ações, mas esquecemos desse “porém”. Há sempre um terceiro que atravessa o nosso caminho com a omissão de palavras a sue próprio favor. Aí você ouve um: -Ele não mente! Claro, ele omite.
O meu discurso agora parece uma dor-de-cotovelo. Um dia, quem sabe, o leitor também passará por uma situação assim. Esse é o tal mistério da vida. Quem fala primeiro o que quer tem o domínio de toda a situação. Se aquele homem, já referido no início desse texto, chegasse primeiro, a “história” seria outra.
As pessoas dão valor à argumentos menores. Aqueles que não são visíveis e encontram o seu lugar nas “entrelinhas” da conversa cotidiana.
Imagine uma perda de um emprego por essa omissão. Muitos omitem a própria opinião para que a coletiva prevaleça. É sempre assim. E, quando alguém quer mudar essa rotina, pode receber o que deixam na “entrelinhas”.
Conheço um cara que era visto como gay por andar sempre com mulheres. Uma moça que é pudica pelo que falam dela. Por último, a nossa imprensa que vive das fofocas sobre os artistas.
Minha vida mudou muito ao saber que a Sandy era “ainda” virgem. Preparei-me naquele dia mesmo para “chegar” no “filezinho”. Ouvi comentários na rua: -Como ela deve ser na cama?
Esperto é esse pessoal que descobriu a ambrosia do Deuses! A verdade está nessas coisas mínimas da vida. Às vezes, penso em abandonar o meu desejo de se tornar escritor. As “entrelinhas” ganham mais crédito.
E ai de quem for contra! Faço de tudo para ir contra, mas ouço a velha setença:-Você é maluco ou viado? São duas opções recorrentes em Sociedade. De minha parte, acrescento a minha:-Você é maluco, viado ou escritor? A gente ouve cada coisa e precisa pôr no papel para permanecer na “esportiva”.
Tenho pena desse homem com quem comecei a crônica. Afinal, a razão de uma complicada “história” de amor recai sobre a mulher. Salvem-se agora feministas de plantão!
Brincadeiras à parte, imagine então a decepção desse varão quando descobre o poder das “entrelinhas”. Não adianta falar, porque elas já nos atribuem algum “pré-conceito”.
E o que fazer nesse momento? Eu prefiro escrever. Muitos amigos, os de verdade claro, acham graça do que escrevo. A distância entre as coisas é mais visível do que as fofocas.
O problema é que o ser humano prefere valorizar as mentiras. Essas ganham proporções maiores do que está explícito em linhas. Imagine, então, o que acontece com quem privilegia demais a verdade. Deve ser um “et” no mundo de hoje...