31.1.09

O que seria a distância?

Uma torrente de pensamentos me invadiu e depois de descobrir o grande texto de mais um blogueiro e escritor descoberto pela Vanessa, decidi escrever esse texto. Pra quem quiser conferir, está aqui o endereço: http://omundodesofisma.blogspot.com/2009/01/coautoria.html



O que seria a distância? Uma pergunta que perdurou em minha mente durante essa semana. A distância pode nos aproximar ou nos afastar, a partir do espaço em que convivemos. É mais ou menos isso! Tentei simplificar, mas as minhas palavras se distanciam do que almejo. Quero aquele velho sonho de estreitar os laços do mundo. Mas muita gente prefere se reunir em grupos muito pequenos a não aceitar os encontros da vida.
Já perdi muitos amigos de infância pela distância. No entanto, existem aqueles que tenho na lembrança e, quando tinha o orkut, achava-os lá. Alguns se mantiveram amigos e perderam a proximidade. Disse bem o Filipe: "Amigo não se faz assim, como se planta arbustos. Amizade exige estudo, horas de conversa num silêncio contínuo de trinta ou mais minutos. "
De minha parte, prefiro ser amigo de todos numa atitude kamikaze. Afinal, nunca agradamos a todos. Mesmo assim a distância deveria ter uma equação relativa para os cientistas de plantão. Jogue isso para o amor entre pessoas que eram apenas amigas. Costumam dizer que homem não pode ser amigo de mulher e vice-versa. Estranho, não? O mesmo falam da amizade entre homens. Um dia estava vendo algo interessante naquele Big Broxa Brasil. O velho Bial ensinuando toda a sua falsa moralidade para a amizade de dois brothers. Ué, então qual é o objetivo desse programa? Já a sociedade vê muito bem a amizade entre mulheres. Será porque elas sempre sejam comparsas contra a gente?
Brincadeiras à parte, gostaria mesmo de relativizar a distância moral em que os brasileiros se encontram. Ela é muito tênue. E esse é um perigo de se estudar antropologia, acredito eu. Talvez a minha distância perante aos fatos não se aproximasse tanto. Coisa difícil observar o ser humano social não? Distanciar-se é ver um mundo a partir de nossa proximidade interior.
Na verdade, só nos aproximamos por que nos interessa. Isso é fato! O que faz jogar pelo ralo a história do diz com quem andas que te direi... Diga o mesmo para as patricinhas do tráfico! Muitas têm grana o suficiente, mas precisam estar próximas do perigo da cidade para fugir do "perigo" de suas casas. O risco, entretanto, é que elas caem nas mãos de malandros por não ter a noção mínima do que seja retidão de caráter..mas aqui voltamos ao que disse sobre a moralidade e fica pra uma outra longa discussão.
Tudo hoje nos aproxima tão rápido que fica difícil ter aquele tempo para decidir até uma simples amizade, lembrando do trecho do Filipe, enquanto pessoas distantes o conseguem. Mas muitas vezes esses laços se confudem demais e aí está a minha questão. Nessas horas, respiro fundo e procuro reavaliar o que fiz até aquele momento. Sempre de forma crítica. Ou melhor, auto-crítica. É..a distância. Esse grande enigma que promove encontro entre semelhanças e diferenças na sociedade.
Cinco (Orgulho de quê?)



Esse capítulo merece uma atenção especial. Tenho o orgulho de ter descoberto o problema de toda a Humanidade: O orgulho. Um sentimento eterno que sobrevive às custas da perversidade da dominação social. Eu mesmo já sofri por muito tempo até me libertar desse grilhão invisível. A minha humilde liberdade, então, faz parte da humilhação que sofro diante das pessoas com quem convivo. Afinal, essa fraqueza é a mais comum desde os tempos da criação.
Adão foi o primeiro orgulhoso que não quis reconhecer o orgulho de Eva. Esta precisava ser protegida, mas quis, através da desobediência, mostrar-se superior. Por sua vez, o homem deveria ser humilde para admitir o seu erro, embora ambos tenham sido expulsos do paraíso.
Os dois eram fracos que buscavam o poder. Característica básica do orgulhoso. Ele se sente inferior sempre. Mas esqueceram a condição de igualdade em que o Criador os colocara. E, perdoem-me a heresia, para mim, outro orgulhoso. O senhor do Universo quis mostrar aos seus filhos o quanto os amava, castigando-os à mortalidade.
Parábolas bíblicas que só adquirem verossimilhança se o seu leitor não for pedante, ou soberbo, a ponto de renegar à própria alma. Ou você acredita que viemos dos macacos? Taí uma provocação que nunca irão me responder.
No entanto, existem outros exemplos comuns para reforçar a minha conjectura. O meu orgulho é inexistente e não atrapalha a autocrítica necessária à nossa reflexão. Pois só os humildes são capazes de refletir, de forma mais esclarecida, sobre a realidade que os cercam. Foi sempre assim na história de grandes escritores e pensadores, embora alguns preferissem se esconder no orgulho da inexistência.
Mas a pergunta que persiste em minha cabeça é simplesmente essa: — Orgulho de quê? E o meu pensamento fica tautológico quando reflito sobre isso. Essa sanha estranha a partir de efêmeros ataques de superioridade em um mundo em que até as minhocas entendem o seu papel no ecossistema.
Sim..o animais irracionais entendem melhor a tal da hierarquia. Uma ilusão distributiva da ordem em que os seres devem se dispor no meio em que vive. Eles sabem que o único ser superior é o buraco negro, que (mesmo assim) pode causar a destruição do Universo. Teria, então, orgulho de quê?
Há um quê instigante. Sem vida...sem nada. E todos pensam que procuram alguma coisa. Evito inserir em meus textos essa conjunção que só relaciona partes diferentes, mas essa própria oração contradisse a minha proposta.
Então, ele é procurado pelo Orgulho. Algo que precisa ser preenchido para se sentir superior. Todos os seres humanos se comportam assim. Entretanto, os grandes homens da humanidade são reconhecidos por irem contra à própria natureza. Elevar-se é ser fraco. Alguém aí lembra do Nietzsche? Eu lembro, com muito orgulho.
Brincadeiras a parte, quero disseminar o simples por essa Sociedade. Claro que estou longe de conseguir tal feito, mas só a minha humildade valhe a pena. Fazer o que, se tenho um quê inato? Não preciso buscar superioridade na igualdade de relações entre os seres. Já fomos criados espelho e semelhança do nosso criador. Pra quê querer mais?
A ambição aparece nesse momento, mas quem tem objetivos não precisa ambicioná-los. Ou queremos sempre algo que nunca será conquistado? Se queremos, creio eu, é porque há (ainda que mínima) uma possibilidade. Daí não acreditar na hipocrisia de certas mulheres compromissadas de dizerem ao homem cortês que ele havia confudido o elogio. Ninguém é louco o bastante para criar sentimentos.
Assim, troque a ambição por desejo. Esse é positivo. Se desejo algo é porque estou com vontade e só.. Aqui de novo o Nietzsche, mas sou humilde o necessário ao revelar os meus mentores ou aqueles à quem admiro. Porque não sou orgulhoso. E essa atitude não pode ser aceita por toda a sociedade. Ela quer induzir todos a um isolamento coletivo, visto que amar a si próprio de forma desmedida compromete uma visão isenta de "pré-conceitos" do Outro do nosso cotidiano. Afinal, o orgulhoso não aceita de forma crítica um argumento contra à sua valiosa imagem.
Obs.: Mais uma do meu livro tão desejado, só pra descontrair.
Capítulo encontrado em: O livro secreto - Algumas reflexões sobre o quê a Sociedade não pretende refletir. Em prelo

30.1.09

Hipocrisia

"tem gente enganando a gente veja a nossa vida como está (...)"
Tô cansado de gente hipócrita. Todo mundo acha que a gente vive de tramóias e fofoquinhas. O meu erro talvez ainda seja dar trela a isso, mas fazer o que? Se a gente fica quieto é um acomodado ou se fala de forma crítica é um chato. Isso é o que chamo de hipocrisia. Posso enumerar algumas ações contraditórias disso que estou falando. Ah..no entanto, não devo generalizar, óbvio.
Escrevo do ambiente em que vivi (e ainda vivo) em grande parte de minha vida profissional. Esperava-se que as pessoas de lá fossem menos confusas e mais esclarecidas diante de sua vida. O que ainda me segura é a crença que tenho em mim. Afinal, todo mundo quer acreditar em falsas ilusões para desistir de seu triste cotidiano.
Isso acho muito estranho. Viver é tão bom, apesar da hipocrisia ainda reinar por aí. Então, vamos aos exemplos:
1º Costumam me chamar de sem noção, por não ter amor próprio e tal. Mas existe muita gente que não consegue ser feliz sozinho. Enfim, depois sou eu que não tenho amor próprio.
2º A maioria defende ideais feministas, mas homem não pode ser amigo de mulher. Se for é gay! Isso não cheira a machismo?
3º Todo mundo quer discutir sobre o mundo de forma crítica, mas quando criticamos os seus argumentos, somos tachados de chatos.
Bom..vou parar por aqui para não estressar, afinal de contas eu tenho sentimentos. Não sou nenhum santo também, mas acho engraçado como me insistem em colocar do lado "bonzinho". Por quê? Nem eu sei...só sei que falo o que penso e isso incomoda demais. Enfim, vou continuar falando. Não vim à vida pra passear. Sou chato e estúpido mesmo pra vocês. Mas como diria o meu irmão: Fale mal , mas fale de mim! Agora se preparem para saber do local de que estou falando, ainda que a hipocrisia exista em qualquer lugar. Isso aconteceu numa faculdade de letras e em que a maior parte dos alunos são mulheres. E ponto final.
Obs.: A partir de agora, irei escrever alguns textos no melhor e antigo estilo desabafo. Isso me faz bem. Um abraço a todos

Diversão

Não sou como alguns contemporâneos meus que se divertem com os outros. Para mim, a gente se diverte com as coisas e a felicidade está aí. Pessoas são humanas até que me provem o contrário.
Por isso, desisti da Luana Torezani, modelo da Elite, há um tempo atrás. Era uma loiraça de um 1,80 cm , de olhos azuís e um corpo de tirar o chapéu. Quem quiser mais detalhes, vai o signo: Áries. Descobri, na época, que ela se divertia às minhas custas. O mesmo aconteceu com a Diane Sawa de Nilópolis. Naquele tempo em que tinha dois empregos. A sagitariana não tinha nada de independente.
Já divertido foi o encontro inesperado com a canceriana do curso de italiano. Quem diria, o poeta aqui ficou com moça em uma chopada de letras. Foram os poucos minutos mais intensos de minha vida. Essa não merece ter a sua vida exposta porque o seu melhor está em mim. E, quem não acreditar mais no que escrevo, só lembre um detalhe: agora prefiro as crônicas. Larguei a poesia por puro divertimento.
Sim, eu me divirto com o playstation 2 do meu irmão, com aquele tal de Guitar hero e a tão famosa guitarra. Perco o tempo com os meus "rpgs" favoritos. Com quem amo, fico ou enrolo não.
As pessoas têm sentimentos e precisam ser preservadas acima de tudo. Nem mesmo a prostituta que conheci em Porto Seguro merece ser tratada como "diversão". Falo assim dela, porque as pessoas nos tacham rótulos.
Imaginam tudo sem nos conhecer. Isso seria normal se tal fato não interferisse nas suas ações em Sociedade. Já ouvi muita coisa estranha quando disse, em um bate-papo, o meu sonho de ser escritor. Diverti-me com a situação, mas não foi divertido ter sido confundido com um mero sonhador.
A diversão nos dá prazer e esse não pode ser rotulado. Se você ainda rotula o contato físico com alguém, saiba que este é um objeto para você. A psicanálise vai me censurar com a sua história do contato carnal, etc... Mas, se quiser apenas carne, vou ao açougue.
Conheci diversas pessoas e uma delas soube tornar um encontro divertido. Não fomos a nenhum "Outback" ou "Seven Grill". Assistimos a um filme em um cinema pouco conhecido. O que quero dizer é que sou contra essa história: _ Só quero me divertir! Bom, pelo menos eu não sou adepto disso. Quer se divertir? Faça isso sem machucar ou ofender os sentimentos de alguém. Pois esse prazer está para além de alguns minutos de diversão.

28.1.09

Vivendo e aprendendo

Mais uma reflexão...dessa vez, surgida após uma acontecimento..As pessoas têm a péssima mania de interpretar o que dizemos a seu próprio favor. Enfim...vivendo e aprendendo.

"Hoje descobri que o meu maior problema não era o que escrevia ou falava, mas sim o que escreviam ou falavam em meu nome."

23.1.09

Pequenas Máximas

Decidi escrever alguns momentos de reflexão...o de hoje é..

"Tenho tomado consciência que sou errado perante os outros, mas pensar diferente é um erro?"

22.1.09

A lua

Ao olhar para a lua,
recordações vieram.
Uma conversa sua
e um gesto honesto.

A brisa me alcançou
no meio das imagens.
O meu coração falou
que era saudade.

Mas a noite continuava imponente
no brilho lunar.
Parecia-me um triste indigente
a sonhar.

A distância parecia mais próxima
do que antes.
O canto dos pássaros, lá fora,
trazia o seu semblante.

A lua banhava-se
com o meu brilho.
Eu, de minha parte, resfolegava
com um sereno sorriso.

A insônia batia à minha janela,
enquanto chovia lá fora.
Eu pensava na hora em que ela
fosse embora.

A lua trazia-me um olhar,
mas o meu sol queria um tempo.
Talvez pudesse haver um encontro lunar
ou o sistema solar estivesse aqui dentro.

Amor não rima

Amor,
essa palavra de quatro letras,
que insiste em rimar com dor.
Eu costumo vê-lo de outra forma
e pô-lo em suas facetas.

A de admiração
e de respeito a cada olhar.
Tudo para procurar palavras em meu coração
com o objetivo de rimar.

Mas nem sempre a harmonia acontece.
E, todo dia, um amor nos esquece.
M de mulher
e de grande turbulência no coração de um poeta.

O caminho parece o mesmo
em nossa vida.
O do ósculo
tão esperado.

Pois poeta, que se preze,
admira a mulher
em busca do seu olhar.
E o beijo não é um mero componente
de sua história.

R de reunião
de corpos e de almas em um só.
Isso é possível,
quando não há paixão.

Paixão, na maioria das vezes,
é "patos". E nos deixa como patos!
Mas, ainda que o amor faça o mesmo,
o sentimento é diferente.

Experimente ignorar
o amor de um poeta.
Haverá, então, dois caminhos:
Ele vai te amar e te amar.

A leitora, então, dir-me-ía:
-Como se afastar?
Não se afaste,
porque o amor está no mundo.

E como diria Drummond:
"Tenho o sentimento do mundo" (...)
O amor não se explica
e nem rima.
Mas poeta, que se preze,
sabe conversar e respeitar o seu amor.

11.1.09

Onde foi que erramos?

Renato acordou com uma frase na cabeça:-Onde foi que errei? Aquilo parecia um resquício das marcas de um singelo passado. Eram chagas de uma tentativa de ser humano, mas o mundo ía na mão contrária. Na vida, somos eternos guerreiros. Às vezes o clima de competição pode acabar de forma desastrosa para os dois lados. E pensava Renato, enquanto levantava:- Onde foi que errei?
Se olhava no espelho e lembrava do que havia feito no ano anterior. Acredito que o mais difícil para alguém é a conquista de desejos simples. Renato queria alguém para compartilhar o seu cotidiano. Ele viu gente corrupta e gananciosa conseguir muito mais do que desejou. Presenciou a mentira pravalecer sobre a verdade. E, enfim, foi negado por aqueles que acreditava ser os seus amigos.
-A vida é injusta! Pensava consigo. Mas não devemos julgar ninguém e sei que a sua amargura falava mais alto naquele momento. Ligou o computador para se distrai. As mesmas pessoas em seu msn, mas algo o irritava demais. -Onde foi que errei? Frase simples que o perseguia, após a virada de ano.
Quem não já passou por uma situação assim? Há um momento em que precisamos reavaliar toda a nossa vida até o presente. A maturidade chega sem avisar! Achamo-nos tolos e acreditamos que tudo vai ser diferente. De certa forma, Renato percebia isso. Mera ilusão! Errar é um ato humano, mas ainda não aprendemos a moderar a compreensão desse erro.
Isso se chama consciência! Fernando Pessoa disse sabiamente que ela doía. No entanto, não podemos nunca fugir dela. O escritor português talvez tenha criado os seus heterônimos por tal motivo. É uma boa tática de vida transformar os seus fantasmas em personagens. Dessa forma, cria-se um certo distanciamento para entender essa pequena grande interrogativa humana: - Onde foi que errei?
Esse é um dos mistérios de um escritor legítimo. Erra quem acredita que a literatura é uma simples fuga. Entretanto, cada um sabe o que faz com a própria vida. Se Renato escrevesse, faria um texto bem diferente do meu. Para ele, o erro não estaria com a situação. Mas a autocrítica existe sempre: -Onde foi que errei?
De minha parte, quero ver um dia em que esse questionamento se pluralize. Assim, reveremos conceitos dessa sociedade que permite o impermissível e censura o que pode ser permitido.- Onde foi que erramos? Basta lembrar de tudo que acontece nesse país. Assalto, prostituição, falsidade entre grupos, uns com muitos e muitos com pouco. Enfim, enumerar várias mazelas tornou-se hábito. Talvez porque alguns não param para se perguntar a respeito de suas ações para com o outro. Renato escreve um artigo para um jornal agora sobre a situação de nosso país.
Obs.: Escrevi esse texto para abrir 2009. Sei que ele poderia ter sido melhor, mas pra começar está bom..rs