31.12.09

Temporiamente fora. Pessoalmente, darei um tempo no blog, porque sinto que será necessário. Mas não desistirei daqui. Agradeço a todos pelo tempo de companhia e comentários. Esse processo de diálogo com vocês me trouxe bastante crescimento pessoal que devo compartilhar agora por aí. Isso não é um adeus e sim, um até logo!

Grato a todos que me adicionaram como seguidores e principalmente à:

Vanessa (Fio de Ariadne)
Beatriz (Compulsão diária)
Valdeir (Ponderantes)
Cristiane Marino
James (Minha literatura agora)
Marise ( do blog de filosofia)

e todos os que contribuíram com opiniões construtivas para o meu aperfeiçoamento a cada dia. Ainda preciso melhorar bastante, mas preciso de um retiro para consolidar melhor a escrita e outros planos a caminho. Volto logo!

abraço

Simples complexo

Há pouco começamos o ano de 2010 e tudo parece o mesmo lá fora... A sorte é que estou bem diferente da época do primeiro blog na net. O antigo e o novo andam de mãos juntas no paradoxo de uma realidade tão simples. Ou, em outras palavras, ser simples não vale a pena em um mundo que complica demais a vida.
Quando criei o "um jovem poeta", não imaginava o quanto um sonho ingênuo de me tornar escritor iria tão longe. Hoje sei que ainda há muito a percorrer, mas tenho a sensação de que consegui algo maior do que o pretendido. Nem mesmo a saudade de Clarissa Caleia me fez recuar, diante de tantas "pedras" no caminho.
Para quem não sabe, ela foi uma das pessoas mais fantásticas com que me deparei no último tempo. Essa estudante de italiano tornou-se amiga em tão pouco tempo e trouxe uma esperança, naquele período, de que havia pessoas confiáveis no mundo acadêmico. No entanto, algo estava certo demais para não estar errado.
Bastaram alguns boatos entre nós para estabelecer um grande abismo. Complicaram o simples encontro entre pessoas que compartilhavam gostos semelhantes sobre a vida. Até hoje não entendo o porquê daquela tempestade. Naquele tempo prometi a mim mesmo desistir de escrever. Afinal, as pessoas adoram usar o que falo ou escrevo contra esse humilde escritor.
Imaginem se fosse um imortal da academia. Iria ter as minhas opiniões estampadas em jornais, como uma calúnia qualquer. Aliás, isso deveria ser positivo para a carreira, porque o que conta em nosso século é o negativismo total. O pessimismo virou moeda de troca para o ópio de nossos tempos.
Mesmo assim, passados a tormenta e a depressão daquele período, erguia a cabeça com muito trabalho, além do incentivo das "verdadeiras" amizades. Talvez devesse aprender já, no final de 2005, o verdadeiro significado de uma relação amistosa. O que não demorou para detonar uma confusão semelhante a, mais ou menos, dois anos depois.
Fiquei pensando se a minha burrice devesse ser perdoada. A Carolina foi a chance de reatar nós antigos com um vigor de outrora. Tudo parecia ser repetir, embora estivesse muito mais forte do que nos anos anteriores. Será que o erro foi ter desejado um laço mais estreito do que amizade? Pergunta que surge no meio da estrutura desse texto espontâneo.
Lição também bastante importante essa. Ao escrever aqui, percebo a liberdade da reflexão crítica exagerada do meio de minha formação. E não tenho nenhum orgulho em dizer que sou um professor de letras. Já fui até execrado por tal atitude. O que escrevo, e reafirmo sempre, é o que as pessoas insistem em não perceber. Procuro fugir da complexidade exagerada da vida com a simplicidade de quem a sensibiliza pelo "simples complexo". Entretanto, irão entender em breve essa vã filosofia.
Após a meia noite do dia 31, aprendi finalmente o espírito do ano novo. Agradeci a Deus por tudo que ele me ofereceu até o presente momento sem pestanejar. Minha mãe ainda pediu para pular cadeira, comer uva e outras bobagens típicas de quem ainda precisa acreditar em algo além de si mesmo. Hoje, sei o valor de uma supertição.
É a forma da gente complicar ainda mais a vida. A gente põe culpa na primeira ação, ou coisa, que temos pela frente, para não admitir as nossas falhas. Isso explica a repetição de antigos problemas. Por isso, o meu falecido avô foi (e será) sempre um dos meus maiores ídolos. Ele brigava bastante comigo, mas conseguia imprimir a sua vontade de forma direta e objetiva com a própria realidade.
Tá certo que ele também complicava. Todo ser humano insiste em errar e isso acaba com a confiança no dito popular. A burrice pertence a quem vive de verdade, enquanto a inteligência sobrevive na não repetição dela. E quanto mais velhos permanecermos menos iremos cair em equívocos antigos. É a lógica simples a ser seguida.
Mas, todo ano, tudo se repete. Previsões astrológicas positivas, festas nas praias de todo o Brasil, perco aqueles que acreditavam ser amigos e ganho amizades com os inimigos, etc... Alguém deve estar pensando se tudo isso não me cansa. Creio que a minha postura diante da realidade evita um cansaço maior.
Nunca persigo o mesmo trajeto da mesma forma, embora a prática tenha sido alterada com a sua essência anterior. Isso explica a diferença gritante entre os meus escritos. Já ouvi que eles eram tanto auto-ajuda quanto best sellers anônimos. Poucos foram aqueles, entretanto, que perceberam a simplicidade. E, pelo contrário, recebo críticas contrárias, como se a escrita fosse um modo de sacramentar opiniões, ou vidas. Se fosse assim, não perderia o rumo da homenagem que almejei fazer aos anos desse blog com uma retrospectiva de final de ano.

26.12.09

Natal

Deixe o seu coração na janela
E vem ver o natal.
Não aquele feliz da foto bela
Do jornal.

Dê um abraço em seu inimigo
E critique o amigo.
Afinal, o que sobra em um,
Falta no outro.

Cante canções ridículas,
Porque as melhores
são para os piores momentos.
Lembre-se de esquecer
que o “pior” está em seu melhor
para quem precisa viver.

Papai Noel não existe
E ele quer a sua presença.
Seja o presente
Da constante ausência desse mundo.

Enfeite a árvore
E diga para todos:
Chegou o Natal!
Depois, não se esqueça de acender
as luzes da vida.

Viva bastante
Para que os clichês musicais façam sentido.
“Então é Natal,
E o que você fez?”

Obs.: Uma forma diferente de deixar uma mensagem de natal.

Escrita

Escrevo contra a minha vontade,
porque não consigo.
Quero mostrar a todos a realidade
de ser mais do que isso.

A escrita me mantém em duas faces
que escapam ao sentimento.
Estou muito além das fases
do meu pensamento.

Já perdi amores
por leituras equivocadas.
E ganhei traidores
em interpretações bem elaboradas.

Uni casais
em único tom.
Tornei-me único
por me diferenciar pelo som.

Adquiri alegria
em minha tristeza coletiva.
Tornei-me triste
por não compartilhar o que sentia.

Mas é fácil entender
o mistério da minha escrita.
É só parar de ler
o que grafo com a vida.