20.4.09

O real em que vivo

Hoje o frio me impeliu
a sonhar.
Escrever o sonho distante
Do real em que vivo.

Já não existe lírica
No que antes era sonoro.
Sou a forma rítmica
Do que não sou.

O meu positivo
Desafia as leis da poesia.
Conheço muito poeta triste
Que chora a sua canção.

Eu não.
“A hora mais bela, vem da hora mais triste”
E transformar o feio em belo
É o que faço.

Meu destino era ser gauche
Como o meu Drummond.
Ou ser contraditório
Como o Gregório.

Vou ser modernista,
Bairrista? Muito menos do que isso...
Sou simplório
E sofro a influência de quem gosto.

Não por segui-los,
Mas acordar no que sinto.
Sentir o laço do abraço
Bem apertado da vida.

Sinto cada segundo em minha veia
E esqueço, por um momento,
Que não passo de um jovem poeta.

Deixo a minha poesia surgir
Com a consciência no futuro.
É o agir insólito
Que desafio o soturno.

Reviro o verso
para o anverso desse revirado cotidiano.
Chamam-me de louco sem saber sobre mim,
enquanto espero honesto melhorar o nosso fim.


Obs.: Confesso que essa poesia surgiu após uma visita ao “uma noite na taverna”. Voltarei mais vezes lá. O pessoal de lá tem vida.

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