23.8.10

Memória

Estou ficando velho. As rugas da alma já aparecem e me deixam decrépito. Mas uma dúvida persiste em meu ser. Já vi tanta gente ignorar os meus sonhos que permaneço sempre na memória das pessoas pelo esquecimento. Por que não acreditam em mim?
Queria que isso fosse um problema psicológico ou a cisma antiga com a aparência pouco nobre. Sou ignorado justamente no momento em que apoio sonhos alheios. E o meu? Onde estaria? Todos me bombardeiam com críticas destrutivas e esquecem de que a minha memória sempre foi compartilhada.
Deixo a minha mente solta nesses escritos, porque não acredito em controle total sobre si. O humano é demasiado humano para o pragmatismo de nosso cotidiano. E não é a paráfrase de um título de livro que irá sintetizar o que sinto neste momento.
Fui subestimado por estimar demais as pessoas com que convivo. A memória grita ao meu coração e diz que não devia nunca ter escutado conselhos. Chamaram-me de narcisista, porque quis comunicar a individualidade no coletivo. A perversidade sussurou no meu ouvido para dizer: _ Esqueça tudo! Lembre-se de você.

Nenhum comentário: