A chuva, lá fora, ressoa na janela
e aqui tentando escrever algo diferente.
Afinal, todo mundo vive na mesma panela
de coisas coerentes.
Quero ser surpreendido.
A cada passo, amargurado,
fui banido para um mundo solitário, indefeso
e desiludido.
Mas o meu ataque fere,
quando me defendo da hipocrisia do dia a dia.
Aguda e astuta, só a escrita me entende.
Esse pensamento perdido,
que costuma ser banido
para a terra do sem-fim.
Cada gota cai em uma tempestade cerebral
para me lembrar de que deveria ter esquecido tudo.
Daquele amor sepulcral, ou do ser venal,
que vendeu os seus sentimentos para o mundo.
O meu peito ainda dói trespassado
pela flecha do destino.
Embora já tenha perdoado
toda a dor sofrida.
Não me dói pensar,
porque não sei se o que tenho são lembranças,
ou se a chuva veio ressuscitar
as minhas esperanças.
Na verdade, aprendi a não esperar nada da vida.
E talvez seja isso que me incomode,
roubando, dos meus olhos, o brilho.
3 comentários:
Oi, Rômulo. Que bonita publicaçäo tens aqui. Que boas temàticas e versos intensos. Abraço, colega!
Grande poeta,lembro perfeitamente deste poema que vc recitou uma vez no noite da taverna,e é belo profundamente belo.
Olá, Luiz e Tânia. Primeiramente, obrigado por vocês comentarem as poesias. São os comentários que enriquecem sempre o que escrevemos. Peço só desculpas pela demora em responder. Ah..Luiz, esse poema ainda não foi declamado no Taverna. É inédito. Escrito na data em q foi publicado mesmo. Talvez a temática seja parecida... Conflito entre o individual e o coletivo na mente do criador...enfim..queria agradecer mesmo é pela participação de vcs em meu blog. abraços
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