20.8.08

Poesia de Drummond...

A poesia saiu mal formatada, mas eu a adoro..rs
Amor – pois que é palavra essencia
lcomece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.
Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro gritode orgasmo, num instante de infinito?
O corpo noutro corpo entrelaçado,fundido, dissolvido, volta à origemdos seres, que Platão viu completados:é um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmo?Onde termina o quarto e chega aos astros?Que força em nossos flancos nos transportaa essa extrema região, etérea, eterna?
Ao delicioso toque do clitóris,já tudo se transforma, num relâmpago.Em pequenino ponto desse corpo,a fonte, o fogo, o mel se concentraram.
Vai a penetração rompendo nuvense devassando sóis tão fulgurantesque nunca a vista humana os suportara,mas, varado de luz, o coito segue.
E prossegue e se espraia de tal sorteque, além de nós, além da prórpia vida,como ativa abstração que se faz carne,a idéia de gozar está gozando.
E num sofrer de gozo entre palavras,menos que isto, sons, arquejos, ais,um só espasmo em nós atinge o climax:é quando o amor morre de amor, divino.
Quantas vezes morremos um no outro,no úmido subterrâneo da vagina,nessa morte mais suave do que o sono:a pausa dos sentidos, satisfeita.
Então a paz se instaura. A paz dos deuses,estendidos na cama, qual estátuasvestidas de suor, agradecendoo que a um deus acrescenta o amor terrestre.

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