Um editor de sua própria vida
Algumas pessoas nem sabem a sua importância no mundo. Não por coincidência ela nasceu no mesmo mês em que Monteiro Lobato. Com ela pude perceber que críticas não são ofensas e abaixo do seu mimo acolhedor criativo. Tenho a opinião de que os arianos são os responsáveis por fazer a roda da vida girar.
As nossas extensas discussões eram o modo com que aprendia essa diferença. No entanto, acredito que a divergência entre nós tenha sido a mesma causada com Malfatti no modernismo brasileiro. Ainda não tinha a concepção do que seria a minha nacionalidade e cometia a falha compreensível de não entender as críticas.
Não tinha ainda a oportunidade de conhecer o Lobato, porque estava longe do hábito de leitura. Mas ela foi a primeira a incentivar as conquistas nas aulas de redação. Foi o começo do gosto pela escrita. Talvez o seu desejo fosse diferente do meu. Sofria já o medo de muitos por aí: Querer a arte ele? O que pretende com isso?
Um dia lhe disse que havia desistido de ser médico do corpo para ser médico da alma. Daí veio a adolescência e a maturidade. Nessa época, ela descobriu uma riqueza maior do que a do petróleo, embora precisasse pegar mais sol para chegar ao ponto. O seu incentivo foi o grande impulso para aquela criatividade esquecida numa infância dispersiva.
Assim, graduei em literaturas, naveguei pela especialização e sigo pelas cidades já vivas do meu destino. Aprendi a enfrentar os desafios da vida com a arte incutida no ler e no escrever. Minha mãe estava anônima até escrever esse texto, a dona Lucimar trouxe-me luz com seu jeito determinado pelo criar. Não chegou a inventar uma companhia editora nacional, mas criou um editor de sua própria vida.
14 comentários:
Parabéns,Rômulo,por unir Monteiro Lobato a essa bela honenagem.Abraços do james.
Salve, Rômulo. Ah, as boas mães e seu papel formador. Lucimar - lembra luz e ela lhe deu essa e muitas mais , tenho certeza. A coicidência das datas de nascimento , com certeza, causou uma associação, um traço identificatório capaz de desfazer o nó e ao mesmo tempo laço entre vcs. Escrever pra o outro. Escrever pra ela. Editar a prórpia vida e que bela edição. Muito bom!
Que lindo relato, meu amigo! De emocionar...
Vejo nessa blogagem a importância formadora dos pais na educação,
desconfio sermos a última geração e receber esse legado,
é como professora que lhe digo isso,
pois é visível ver de um modo geral a ausência dos pais na criação dos filhos de hoje..
Como editora da vida, d. Lucimar foi muito bem sucedida! Parabéns a ela e a vc!
Abs,
Olá!
Que momento bom para homenagear sua mãe!
E pelo modo como você escreve, percebe-se que realmente ela fez um bom trabalho!
Beijos e fique com Deus.
Puxa Meu amigo!
Fazia um tempinho que não o visitava (peço desculpas) e volto podendo perceber surpresas em seu blog e uma bela homenagem a essa grande artista da sua vida!
Que lindo, não poderia ser diferente vindo de você!
Parabéns
Beijos
Simplesmente,parabéns!!!
Gostei muito,tb estou participando dessa fantastica
iniciativa.
Beijos
Mari
Rômulo, preciso falar com vc e não tenho seu email. Pode ser?
compulsaodiaria@gmail.com
Obrigada
Rômulo,não se esqueça de pegar seu selo no minha literatura.Abração.
Bacana seu post, Rômulo. Minha mãe também criou a leitora que eu sou, me identifiquei muito com seu texto por isso.
Grande abraço e vou seguir seu blog,
Émile
Romulo, belissimo!
Agradeço muito à visita de vcs e aos comentários. Mas costumo sempre agradecer muito mais às iniciativas da Vanessa, que sempre são criativas e proporcionam esse nosso encontro virtual.
um abraço
Salve Dª Lucimar!! Editor da própria vida! Poxa, isso é bem difícil!! (rs*) Beijus
As voltas que o mundo dá, né? Acho que todo mundo acaba tendo um pouco de Monteiro Lobato dentro de si. Muito bom o seu texto, parabéns!
Um abraço.
Marcelo.
Rapaz , que belo texto. Por enquanto as mães estão na frente como Lobato de saias. Obrigada por enriquecer a coletiva com sua participação, amigo.
Abraço
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