28.9.14

Canção à Anarquia, meu amor


                              Toda brasileira é anarquista por natureza

Meu amor é nada diante dela.
Singela, donzela, vive no país chamado Brasil
que não merece a dimensão que tem.
Seus limites não ultrapassam as linhas deste poema.

Feminista, solitária,
Trabalha todos os dias
e representa uma causa sofrida.

É ela mesma diante do império
das nádegas que se ergue
no território chamado Rio.

Não tem rosto, não tem forma,
porque forma opinião.
Seu coração não chora
diante das ruas de perdição.

Sabe que ser mulher é difícil,
mas esta musa é o meu vício
para a salvação.

Quero me salvar do machismo
em que as “negas” estão.
Afinal, virou moda falar de racismo
sem expor nenhuma razão.

Aliás, arrazoado é este país
que alimenta a emoção
como se fosse uma desregrada diretriz.

Anarquia é o nome
desta donzela inspiradora.
Ela alimenta a fome de justiça
dessa terra eternamente sonhadora.

Queria continuar,
mas meus versos são mais independentes

do que a minha realidade.

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