Num panorama,
tento olhar a paisagem em mim.
Mas é longa a viagem
sem saber pra onde ir.
E, pela calçada das lembranças,
vejo esperanças gravadas em mármore.
Com desenhos que representam
o mar , ou o amor.
Ao descer dela,
avisto à rua transitada por desilusões.
Quase sou atropelado por um caminhão de inveja.
Esquivo e paro em frente à vitrine
da loja da vida.
Tudo muito caro, porque não há preço
para viver.
Um vendedor sábio sai de lá de dentro
e me olha, por fora,
como se a fina casca lhe dissesse algo.
E eu sofrendo por duplas camadas
sou o vulcão de sentimentos
no meio da cidade.
Cuspo lavas de solidão,
porque procuro ser coletivo
no uso da mansidão.
Coração manso e honesto
é o que tenho a oferecer.
Mas só me oferecem o que é funesto
como um poluído entardecer.
E isso é apenas um panorama da Realidade..
Ainda bem.
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